• Carregando...

Cinco cidades do norte do Rio de Janeiro terão o abastecimento de água cortado, a partir desta quinta-feira, em razão do vazamento de lama provocado pelo rompimento de uma barragem da empresa Mineração Rio Pomba Cataguases na cidade de Miraí, em Minas Gerais, na divisa com o Estado.

Uma avaliação preliminar de técnicos do Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas avaliou que a lama, proveniente da lavagem de bauxita, não contém material tóxico. A quantidade estimada de lama que vazou foi de ao menos 2 bilhões de litros, segundo a análise.

De acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae), os municípios de Laje do Muriaé e São José de Ubá terão o fornecimento cortado ainda nesta quinta, enquanto Itaperuna, Cardoso Moreira e Italva serão afetados até o fim de semana. Carros-pipa da própria empresa e outros solicitados ao governo de Minas estão sendo utilizados para ajudar na distribuição de água na localidade.

Mais cedo nesta quinta, a Cedae havia informado que já havia interrompido o fornecimento de água para Laje do Muriaé, São José de Ubá e Itaperuna. À tarde, porém, a companhia informou que houve um mal-entendido nas informações oriundas dessas cidades.

O corte no abastecimento será preventivo, uma vez que a lama que vazou para o rio Muriaé, em Minas, aumentou em 200 vezes o nível de turvidez das águas e sujaria os centros de tratamento da companhia. A população nesses cinco municípios chega a aproximadamente 114 mil pessoas.

A Mineração Rio Pomba informou, por meio de nota oficial divulgada nesta quinta-feira, que a elevada concentração de chuvas na região nos últimos dias causou o ``rompimento da sua barragem de contenção de rejeitos de bauxita'', motivo apontado para o acidente.

Segundo o secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, o volume do vazamento pode ser maior do que a estimativa inicial. ``A primeira estimativa era de 1 bilhão de litros e a segunda é de 2 bilhões de litros (de lama), mas pelas informações que temos todo o volume da represa vazou'', afirmou Minc, acrescentando que essa quantidade pode chegar a até 10 bilhões de litros.

Este é o segundo vazamento provocado em dez meses pela empresa, que teve as instalações em Miraí interditadas na quarta-feira. Em março do ano passado, houve outro vazamento de 400 milhões de litros de lama. A empresa afirmou que os dois acidentes não têm ``nenhuma relação'' e que está avaliando os impactos do ocorrido.

O governo mineiro informou, por meio de sua assessoria, que a empresa será multada devido aos danos ambientais causados pelo vazamento e que o valor deve ser determinado até sexta-feira, podendo chegar a 50 milhões de reais.

``Os nossos esforços são no sentido de controlar o vazamento e adoção de providências cabíveis na área criminal para responsabilizar os empreendedores, além das medidas de reparação do dano ambiental causado e indenização de terceiros'', afirmou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas, José Carlos de Carvalho, em nota divulgada no site da secretaria.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]