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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu neste sábado (25) as denúncias da revista Veja de que ele e a presidente Dilma Rousseff teriam conhecimento de um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. "Acho que o que a Veja fez foi uma demonstração de insanidade da imprensa marrom neste País. De um segmento da imprensa que nós já conhecemos muito bem, que tenta interferir no processo eleitoral", disse, após caminhada nesta manhã em São Bernardo do Campo, no ABC.

Lula disse ainda que a publicação não pode ficar impune e que, assim como o PT, deve processar a revista. "É apenas a tentativa grotesca, inclusive de antecipar a tiragem para ver se influía no restante da imprensa brasileira. É uma atitude de má fé, leviana, mesquinha", diz. "Da minha parte, a partir do processo eleitoral, vai ter que explicar na justiça. Não tem mais limite", reforçou.

Para Lula, as declarações da presidente de rebater a revista estão corretas. "Ela deveria falar porque é indignação aquilo. Você aceita qualquer debate, mas quando ultrapassa os limites da política, ela fez bem em se indignar. Ela tinha o horário dela na televisão", disse. Segundo ele "a tolerância com o abuso de certos setores da imprensa" permite que elas avancem cada vez mais. "E a Veja ontem chegou ao limite dos limites. A Veja ontem conseguiu fazer o impossível, que ninguém acreditava que fosse possível ser feito. Ela conseguiu inventar uma mentira."

Apesar de revelar que sempre ouve de advogados indicações de que "é melhor deixar para lá", esse caso não poderá ficar impune. "Ela exagerou", afirmou, dizendo que não sabe se o diretor ou editor que escreveu a matéria "deita a cabeça no travesseiro e consegue dormir um sono tranquilo". Lula brincou e disse que acredita na vitória do Corinthians hoje no clássico com o Palmeiras e também na vitória da Dilma. "Acho que o Corinthians ganha hoje, o Barcelona ganha hoje e a Dilma ganha amanhã. Acho que o jogo está jogado", afirmou, ressaltando que é preciso repensar o papel das campanhas, porque "as campanhas precisam acontecer pra tentar politizar a sociedade".

Terceiro turno Questionado se no caso da vitória de Dilma, a disputa política vai continuar, Lula disse que o vencedor vai ter que governar, mas criticou o que ele classificou de discurso lacerdista da oposição. "Às vezes me assusta o discurso, eu diria lacerdista, que só falta dizer que não pode ganhar e se ganhar não pode governar", disse. Ele ressaltou que "obviamente" quem for eleito vai ter que construir sua base, levando em conta o resultado eleitoral do primeiro turno, que definiu deputados e senadores.

"E a verdade é o seguinte. Quem ganhar governa este país e governa os quatro anos, porque temos 200 milhões de habitantes que não são imbecis", disse. Lula disse ainda que o governo sabe "fazer e respeitar a democracia" e que "quem quiser disputar terceiro turno se prepare pra 2018". "Já inventaram terceiro turno de mim em 2002, e, 1989, 1994 e 1998. Não tem terceiro turno", reforçou.

O ex-presidente voltou a dizer que não sabe seu futuro político em 2018 e que estar vivo na sua idade "já está de bom tamanho". "Não podemos prever. Muita coisa vai acontecer até lá", afirmou. Caminhada e confusão Lula manteve a tradição e escolheu São Bernardo do Campo, no ABC, seu berço político, para encerrar seus atos de campanha em apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT).

Ele chegou no meio do percurso, entre a quadra dos bancários e a Praça da Igreja Matriz, no centro. No trajeto carregou crianças, deu autógrafos em bandeiras e camisetas e recebeu cartas. Já chegando na Praça, o coordenador comercial João Gabriel da Silva Turano, de 26 anos, gritou "45", número de Aécio Neves, e foi agredido por militantes petistas, com bandeiradas e socos.

Ele ficou com marcas das agressões no rosto e um machucado na testa provocado por uma bandeirada. A briga foi apartada por outros petistas que estavam no local. Além de Lula, participaram do ato o ex-ministro e candidato derrotado ao governo Alexandre Padilha e o prefeito de São Bernardo e coordenador da campanha da Dilma em São Paulo, Luiz Marinho, e o senador Eduardo Suplicy.

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