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A Esplanada dos Ministérios, em Brasília | José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
A Esplanada dos Ministérios, em Brasília| Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

A Operação Deflexão, deflagrada nesta segunda-feira (5) pela Polícia Federal em Brasília, foi a quarta etapa da Lava Jato na capital federal. Nessa segunda, a PF cumpriu mandados de buscas e apreensões em endereços relacionados ao deputado federal Marco Maia (PT-RS) e ao ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo.

O ritmo das investigações em Brasília contrasta com o andamento da Lava Jato em primeira instância, em Curitiba, onde já foram deflagradas 37 fases da Lava Jato – a última há menos de um mês, quando foi preso o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. A única operação com prisão realizada por Brasília ocorreu em novembro do ano passado, quando a PF prendeu o então senador Delcídio do Amaral (ex-PT e agora sem partido) – primeiro senador a ser preso no Brasil durante o exercício do mandato.

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A “demora” das investigações tem explicação. Por envolver pessoas com prerrogativa de foro, todos os procedimentos devem ser autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Teori Zavascki é o relator da Lava Jato. Enquanto em Curitiba a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) conta com 11 procuradores, em Brasília são apenas nove, oficialmente.

Veja quais foram as operações deflagradas até agora na capital federal

Operação Politeia: Deflagrada em julho de 2015, foi a primeira etapa da Lava Jato a envolver parlamentares com prerrogativa de foro. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados aos senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido; os ex-ministros Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE, hoje senador) e Mário Negromonte (ex-PP-BA, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia) e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE).

Prisão de Delcídio do Amaral: Esta fase da Lava Jato não recebeu nenhum nome específico. O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o chefe de gabinete Diogo Ferreira, o advogado de Nestor Cerveró Edson Ribeiro e o banqueiro André Esteves foram presos pela Polícia Federal. As prisões aconteceram depois que o filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, gravou conversas entre os investigados, que tentavam impedir o ex-diretor da Petrobras de firmar um acordo de colaboração premiada, além de elaborar um plano de fuga de Cerveró do país. Delcídio do Amaral foi o primeiro senador a ser preso durante exercício do mandato no Brasil. Mais tarde, ele acabou sendo cassado pelos colegas e firmou um acordo de colaboração premiada.

Operação Catilinárias: Deflagrada em dezembro de 2015, quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na residência oficial do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos então ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), ambos do PMDB. A ação da PF ainda atingiu o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como interlocutor do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nos desvios da Petrobras, do senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA), que é investigado no STF pela Lava Jato, de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e em endereços ligados ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), em Pernambuco.

Operação Métis: Em outubro deste ano, quatro policiais legislativos do Senado foram presos pela Polícia Federal. A suspeita é de que a Polícia Legislativa tenha sido usada para atrapalhar a Operação Lava Jato em ações de contra inteligência. Essa operação, contudo, foi autorizada pela Justiça Federal de Brasília e não pelo STF, por não envolver pessoas com prerrogativa de foro.

Operação Deflexão: Foi a única operação relacionada à Lava Jato autorizada pelo STF neste ano. Deflagrada nesta segunda-feira (5), quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao deputado federal Marco Maia (PT-RS) e ao ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo, acusados de cobrar propina para evitar a convocação de executivos na CPMI da Petrobras em 2014, quando eram relator e presidente da comissão, respectivamente.

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