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Professor é mais uma vítima de bala perdida no Rio de Janeiro

O professor de educação física Vladimir Novaes de Araújo, de 28 anos, é mais uma vítima de bala perdida no Rio de Janeiro. Ele foi atingido na nuca, quando passava pela Avenida dos Democráticos, em Manguinhos, subúrbio do Rio. Araújo voltava de uma festa na Lapa em uma kombi, quando a bala o atingiu. Segundo testemunhas, ele estaria dormindo no momento do disparo. O motorista ainda chegou a levá-lo para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde veio a falecer. Os pais de Vladimir são os jornalistas Lênin Novaes de Araújo e Jane Paiva. Lênin Novaes também é conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa.

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Acuada pela violência, a sociedade carioca tenta reagir. Ainda que timidamente, a população se mobiliza em manifestações para gritar contra os homicídios, as balas perdidas, os assaltos e as agressões rotineiras. Na noite desta segunda-feira, cerca de cem pessoas acendem velas, na Cinelândia, para protestar contra a violência. O ato conta com a presença de amigos e parentes de vítimas, além de artistas. O vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz, que está usando uma camisa preta onde está escrita a palavra "perseverança", prega a união da sociedade.

- É importante que as pessoas entendam que só unidos nós podemos fazer diferença. Estão presentes aqui também representantes de favelas e nós vamos entregar ao governador e ao secretário de segurança um manifesto para cobrar mudanças - afirmou, em entrevista ao telejornal "RJ TV".

Caminhada nacional

Para o dia 10 de abril, familiares de vítimas da violência organizam uma caminhada nacional, com passeatas simultâneas em outras cidades. Também nesta segunda-feira líderes de 50 favelas, acompanhados de Rubem César Fernandes, diretor da ONG Viva Rio, visitaram o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ubiratan Ângelo, com proposta para o fim de tiroteios em comunidades carentes (leia mais: Cesar Maia critica iniciativa do Viva Rio ).

- A sociedade tem que se mobilizar, como pedem os pais de João Hélio e de tantas outras vítimas. É a única alternativa para essa situação tão caótica - desabafou o jornalista Lênin Novaes de Araújo, pai de Vladimir, professor de educação física morto na madrugada de domingo por bala perdida que teria sido disparada numa confusão em baile funk que matou outro jovem.

Familiares de vítimas da violência se reuniram no domingo para pedir mais policiamento, mudanças nas leis penais, revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reformulação do Degase e justiça. O grupo aproveitou para convocar a sociedade para uma caminhada no dia 10 abril, às 18h, na Candelária. A passeata também será realizada em outras capitais.

- Recebemos o apoio de pessoas de todo o Brasil dispostas a participar. Também haverá manifestações de solidariedade no Espírito Santo e em outros estados - disse o pai de João Hélio, Elson Vieites, que pretende se reunir mais vezes com o grupo.

O encontro foi realizado na Tijuca, na casa de Cristina Fabbri, mãe do menino Pedro, que morreu em 1996, depois de sofrer maus-tratos da babá Silvia Santos:

- Mesmo depois de flagrá-la com uma câmera de vídeo machucando meu filho, que era especial, ela até hoje está solta. O julgamento será no mês que vem. Esperamos que a justiça seja cumprida - disse Cristina.Gabriela é lembrada

Missa em memória de Gabriela. Foto de Hudson Pontes (O Globo)

Também no domingo mais de 700 pessoas se reuniram em missa, celebrada na Igreja São Francisco Xavier, de quatro anos da morte da adolescente Gabriela Prado, vítima de bala perdida numa estação do metrô. Além da solidariedade prestada por amigos e familiares da adolescente, os pais de Gabriela, Cleyde Prado Maia e Carlos Santiago, receberam o apoio de parentes de vítimas, como os pais de João Hélio - Rosa e Elson - e Edna, mãe de Alana, que morreu no Morro dos Macacos.

- Foram quatro anos de dor que aumenta a cada dia. Mas a luta é cada vez maior - disse Cleyde.

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