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Em Curitiba, canal da Câmara na internet começa em 2014

Inicialmente apenas na web, a tevê da Câmara de Curitiba deve começar seu funcionamento no início de 2014. Segundo o presidente da Casa, o vereador Paulo Salamuni (PV), o início do funcionamento deve coincidir com a volta dos vereadores ao prédio histórico, que deve ser reinaugurado no retorno do recesso.

Segundo Salamuni, a volta ao prédio histórico é condição essencial para que a tevê seja instalada. O plenário que está sendo usado desde outubro de 2010 é provisório; logo, a instalação de uma tevê no local poderia ser um desperdício de dinheiro. De acordo com o vereador, a reforma do plenário já está quase pronta. Último entrave, a instalação do sistema de som e vídeo – que já inclui a instalação de câmeras – foi licitada e deve iniciar em breve.

A transmissão das sessões ocorrerá, inicialmente, apenas pela internet. A partir dessa experiência, segundo Salamuni, será possível definir o processo de licitação para as transmissões televisivas. Já há um convênio da Câmara com a Assembleia para a transmissão das sessões na TV Sinal, que transmite via tevê à cabo – o que seria um custo a menos para a Câmara. O acordo foi assinado em 2012, mas ainda não saiu do papel.

Já as transmissões em tevê aberta devem ficar para o futuro. Há negociações com o Senado para o fornecimento de um transmissor e para a cessão de um canal digital para a Câmara, que seria compartilhado também com a Assembleia, a Câmara Federal e o próprio Senado. Entretanto, o Legislativo municipal precisa ter um canal de tevê funcionando antes de receber essa ajuda do Congresso.

Transmissões

Segundo Salamuni, as transmissões da TV Câmara não devem se limitar ao plenário. Comissões, audiências públicas e outros espaços de decisão da Câmara também devem ser filmados e transmitidos, pelo menos na internet. Para a cientista política Márcia Jardim, esse é um aspecto importante. Algumas tevês limitam as filmagens ao plenário, mantendo o debate das comissões escondido da população.

Nos próximos três anos, até 200 câmaras municipais podem ter seu próprio canal de televisão em sinal aberto. Essa estimativa é da Rede Legislativa de Tevê Digital, que deve custear parte da operação nas 27 capitais do país – incluindo Curitiba, que deve começar a transmitir suas sessões via web no início de 2014. A possibilidade de transmissão ao vivo de sessões plenárias e comissões é positiva ao gerar mais transparência, mas tem custos altos e exige um forte controle social para não virar propaganda política.

O projeto da Rede Le­­gislativa existe desde 2006. O plano consiste em usar o mesmo sinal digital para a transmissão das tevês dos quatro legislativos de cada localidade – Câmara, Senado, Assembleia e Câmara Municipal. Esse sinal seria dividido no modelo de multiprogramação: um mesmo canal abrigaria quatro programações distintas.

Segundo a coordenadora da Rede na Câmara, Evelin Maciel, o plano, inicialmente, é de levar esse sinal digital para as capitais brasileiras. A Câmara ou o Senado, dependendo da cidade, ficaria encarregado da compra dos equipamentos de transmissão, enquanto as Câmaras e as Assembleias ficariam responsáveis pela produção de conteúdos e pela gestão dos programas. Esse sistema já funciona em 20 cidades, incluindo São Paulo.

O compartilhamento do sinal será possível, também, em cidades do interior, mas nesse caso não haverá ajuda de custos para as Câmaras. A Rede ficará responsável pela parte política do processo, já que é necessário requisitar ao Ministério das Comunicações o uso desse canal.

Mais transparência

Para a cientista política Márcia Jardim, cujo doutorado aborda a experiência das tevês legislativas, esses canais de comunicação com a população são positivos. O cidadão comum não tem tempo para acompanhar o trabalho dos legislativos in loco, especialmente em grandes capitais como Curitiba.

Logo, esses canais permitem a fiscalização do poder público pelo cidadão comum – mesmo com as baixas audiências, as sessões acabam gerando repercussão, especialmente nas redes sociais. Além disso, há uma transformação no comportamento dos parlamentares, que se sentem mais "vigiados" com a presença de câmeras no plenário.

Entretanto, é necessário que haja um cuidado para que esses canais não se tornem um veículo de propaganda para o presidente da Câmara e seu grupo político. Para a cientista política, falta um marco regulatório claro sobre as tevês legislativas, o que prejudica a transparência tanto na programação da tevê, que pode se tornar um meio de promoção, quanto na alocação de recursos em comunicação – e problemas desses dois tipos não seriam inéditos na Câmara de Curitiba.

Além disso, o custo-benefício tem de ser levado em consideração. Para Márcia, a grande maioria das cidades brasileiras não tem recursos para bancar uma estrutura de tevê aberta. Nesses casos, a transmissão via web das sessões plenárias e das comissões poderia ser uma alternativa economicamente viável e transparente.

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