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“Não me lembro de ter sido presa depois. Lembro pouco do que falaram comigo. Eu estava no piloto automático”- Ana Maria de Holleben (PT), vereadora em Ponta Grossa | Josué Teixeira/Arquivo/Gazeta do Povo
“Não me lembro de ter sido presa depois. Lembro pouco do que falaram comigo. Eu estava no piloto automático”- Ana Maria de Holleben (PT), vereadora em Ponta Grossa| Foto: Josué Teixeira/Arquivo/Gazeta do Povo

Pouco mais de um mês após ter sido acusada de forjar o próprio sequestro, a vereadora Ana Maria de Holleben (PT), de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, enfim veio a público dar sua versão para o episódio. Em entrevista concedida ao Jornal da Manhã, de Ponta Grossa, a parlamentar diz que seu sumiço após a solenidade de posse no dia 1º de janeiro foi consequência de problemas psiquiátricos que vem enfrentando há cerca de dois anos. Ela informou ainda que vai retornar à Câmara Municipal na próxima semana e descartou a possibilidade de renunciar ao mandato.

Eleita para seu terceiro mandato como vereadora, Ana Maria tomou posse, mas não compareceu à sessão que elegeria a nova Mesa Executiva da Câmara, horas depois. No dia seguinte ao desaparecimento, o delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, que conduziu as investigações, afirmou que a parlamentar havia forjado o próprio sequestro, sem que ficassem claras as motivações. Ela chegou a ser presa por sete dias e liberada graças a um habeas corpus. Depois disso passou um período internada em uma clínica de reabilitação em Curitiba.

Na entrevista, Ana Maria disse que vinha enfrentando uma depressão profunda e sofrendo com transtorno obsessivo compulsivo. Por conta disso, estava tomando medicamentos e evitando locais com grandes aglomerações. "No dia da posse veio a explosão de tudo isso", afirmou. Ela conta que, após se sentir mal durante a cerimônia, pediu para dar uma volta. "Tomei mais remédios e dali para frente não sei contar com precisão o que aconteceu", relatou.

A única lembrança que a vereadora diz preservar do dia do sumiço é de estar andando sob chuva em uma estrada de chão. "Não me lembro de ter sido presa depois. Lembro pouco do que falaram comigo. Eu estava no piloto automático", garante. Ela disse ainda não ter lido os depoimentos de Idalécio Valverde da Silva e Reginaldo da Silva Nascimento, que foram detidos acusados de serem cúmplices do crime, mas que apresentaram versões conflitantes à polícia. Também foram presos Adauto Valverde da Silva e Suzicleia Valverde da Silva, todos liberados posteriormente. Ana Maria negou ainda que o episódio possa ter sido motivado por divergências políticas com outros vereadores.

Na próxima segunda-feira, quando têm início as sessões na Câmara de Ponta Grossa, Ana Maria garante que estará presente. Contra si, ela terá uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o ocorrido e um pedido de cassação por quebra de decoro. "Não posso renunciar e deixar tudo em aberto. Tenho que dar uma satisfação para os meus eleitores e amigos", justifica. A vereadora ainda não prestou depoimento à Polícia Civil, que tem em torno de 20 dias para concluir o inquérito sobre o falso sequestro.

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