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A Câmara Municipal de Guarapuava aprovou ontem, em primeira votação, um projeto de lei que reserva cargos comissionados para familiares do prefeito, vice-prefeito, vereadores e secretários municipais. A proposta estipula 5% das vagas para parentes do prefeito, vice e secretários e 30% para os familiares dos próprios vereadores.

Segundo o prefeito Fernando Ribas Carli (PP), a responsabilidade pela aprovação da lei é dos vereadores. Ele afirma não ter pessoas da família trabalhando na administração municipal.

De acordo com o vereador Gílson Amaral (PFL), que faz oposição ao prefeito na Câmara Municipal, a votação ocorreu em uma sessão totalmente fora do comum. "Foi uma manobra. Fizeram a sessão fora do dia que normalmente ocorre e às 8 horas. O plenário estava vazio", afirmou, lembrando que seis dos oito vereadores que votaram a favor do projeto tinham parentes empregados na prefeitura.

A lei obteve oito votos favoráveis e três contra. "Eles votaram em benefício próprio e disseram que demitiram os familiares que estavam empregados na semana passada", disse Amaral. O regimento interno impedia que parlamentares com parentes votassem a lei. "Deve ter sido uma demissão com data retroativa, por que há pouco tempo os parentes ainda trabalhavam na prefeitura. E alguns contaram vantagem com tal atitude. Agora, viram que a imprensa está em cima e estão se escondendo."

Atualmente, há 112 cargos de confiança na prefeitura de Guarapuava. Com a aprovação do projeto em segunda votação, 33 dessas vagas serão preenchidas por parentes de vereadores. "Ficamos decepcionados com alguns companheiros que disseram que votariam contra e votaram a favor. É uma situação constrangedora. Eles regularizaram, autorizaram e incentivaram o nepotismo em nosso município. O povo está revoltado", disse o vereador Tiago Córdoba (PPS), contando que vai entrar com uma ação popular junto ao Ministério Público Estadual para barrar o projeto e que vai recolher assinaturas da população se manifestando contra a atitude da Câmara.

"Para mim, parente não é uma doença contagiosa. Não vejo problema algum em contratar familiares", afirmou o vereador Élcio José Melhem (PP), relator da proposta. A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com outros vereadores que votaram a favor do projeto de lei, entre eles Joel Iatskui (PL) e Hamilton Carlos de Lima (PP), mas os parlamentares não atenderam as ligações.

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