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Ribeiro: apesar do isolamento político e social, prefeito de Londrina diz que continua no cargo | Gilberto Abelha / Jornal de Londrina
Ribeiro: apesar do isolamento político e social, prefeito de Londrina diz que continua no cargo| Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina

A Câmara de Vereadores de Londrina (Norte do estado) deu prazo de sete dias úteis, a partir de hoje, para que o prefeito José Joaquim Ribeiro (sem partido) apresente defesa prévia à denúncia de infração político-administrativa. Na semana passada, Ribeiro admitiu ter recebido R$ 150 mil em propina de empresas que forneciam uniformes escolares para a administração municipal. Depois de receber a defesa prévia de Ribeiro, os vereadores irão votar pela abertura ou não de uma Comissão Processante para investigar o caso. O processo poderá resultar na cassação do mandato do prefeito.

Ontem, a Câmara decidiu paralisar a votação dos projetos de lei originados na prefeitura. A iniciativa é uma clara reação à decisão de Ribeiro de permanecer no cargo. A partir de agora, a Câmara aceita votar apenas projetos propostos pelos vereadores e questões menos complexas relacionadas ao andamento usual da máquina e dos serviços municipais.

Sem um vereador nomeado para representar os interesses do Executivo na Câmara – Antenor Ribeiro (PP) deixou espontaneamente a função de líder –, os vereadores já começam a mandar os projetos para a gaveta. E por tempo indeterminado.

"Falar em boicote é um pouco pesado, mas é quase isso. Diria que é uma forma de a Câmara mostrar que a cidade quer outra resposta do prefeito", afirma o presidente da Câmara, Gérson Araújo (PSDB). O presidente diz que até mesmo um projeto com amplo consenso para aprovação – como o Programa de Regularização Fiscal (Profis), que objetiva aumentar a arrecadação e reduzir o rombo na Prefeitura ­­– "terá que ser tecnicamente bem explicado para que votemos com segurança".

Pressão

Além de não contar com o apoio dos vereadores, Ribeiro também tem sofrido pressão da sociedade. A Arquidiocese de Londrina, a Sociedade Rural do Paraná, a OAB de Londrina e a Associação Comercial e Industrial da cidade estão entre as entidades representativas que já se manifestaram publicamente pela renúncia do prefeito. Manifestantes do Movimento Por Amor a Londrina montaram ontem uma cela com um vaso sanitário no pátio da prefeitura para pedir a saída imediata de Ribeiro do cargo.

Apesar de toda a pressão, o prefeito disse que pretende continuar na função. Em entrevista, ele afirmou que, apesar do isolamento político e social, ele não irá renunciar ao mandato. Ribeiro também aproveitou para se defender. Ele disse não se considerar "corrupto" por ter sido o "mensageiro" que carregou e entregou a propina a outros: "corrupto é quando você negocia e não fui eu que negociei", sentenciou.

Ribeiro insistiu que não ficou com dinheiro para si, que pegou os valores e repassou ao ex-prefeito Barbosa Neto (PDT). Ele voltou a dizer que o dinheiro foi usado para o pagamento de dívidas de campanha. Na versão apresentada ontem, Ribeiro disse que, além de pagar contas da campanha de 2010 – o que já aparecia no depoimento ao Ministério Público –, a propina paga pelos empresários também quitou dívidas da campanha de 2009, quando foi disputado o terceiro turno da eleição de Londrina.

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