
Após cinco meses de atividade, os vereadores novatos já adquiriram alguns hábitos dos mais antigos. Exemplo disso é a média de propostas de pouca relevância para a cidade apresentadas pelos calouros até agora. Cerca de 40% dos projetos apresentados pelos vereadores que assumiram pela primeira vez uma cadeira na Câmara tratavam de nomeação de bens públicos, concessão de títulos de utilidade pública ou homenagens. Apenas quatro vereadores novos não apresentaram propostas envolvendo esses temas: Caíque Ferrante (PRP), Jonny Stica (PT), Dirceu Moreira (PSL) e Professor Galdino (PV).
Nem mesmo os que criticam a qualidade da pauta de votação dos projetos em plenário conseguiram trilhar caminho diferente. A vereadora Renata Bueno (PPS), que causou polêmica na Câmara ao tachar de irrelevantes muitos dos textos votados na Casa, apresentou até agora três projetos segundo o sistema da Câmara. Desses, um trata da denominação de logradouro público.
"Eu já recebi críticas por causa disso, mas é aí que está o grande problema. A gente não precisa acabar com a denominação de logradouro ou homenagens. Mas isso não pode ocupar 90% das nossas pautas", pondera Renata.
Francisco Garcez (PSDB), que apresentou seis propostas à Câmara neste ano, é um dos novatos mais ativos. E, seguindo a tradição, uma das sugestões concede o título de cidadão honorário de Curitiba. O escolhido por ele foi o governador de São Paulo, o também tucano José Serra o texto foi aprovado na semana passada.
Outro estreante que se diz preocupado com a qualidade da pauta da Câmara, o vereador Omar Sabbag Filho (PSDB), apresentou apenas um projeto. Ele pretende conceder o título de cidadão honorário de Curitiba ao empresário libanês naturalizado brasileiro Hussei Ahmad Hamdar. Sabbag afirma que a complexidade dos temas com os quais está envolvido o impede de apresentar mais propostas.
O vereador Odilon Volkmann (PSDB) também só apresentou um projeto até agora, que trata da denominação de uma rua. A justificativa do vereador para esta situação é a inexperiência . "Nós ainda não sabemos exatamente como proceder. Não queremos fazer projetos de lei que depois serão vetados." A Câmara promoveu cursos para os vereadores novatos e assessores no início do ano para ensinar alguns procedimentos da Casa.





