A maior parte dos 15 vereadores de Curitiba com parentes empregados em cargos em comissão na Câmara Municipal se compromete a cumprir a recomendação do Ministério Público para que exonerem, em até 60 dias, os familiares comissionados. A recomendação de exoneração foi feita pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público.
A prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que também receberam a orientação, ainda não se decidiram o que vão fazer. O próximo passo do Ministério Público deve ser tomar alguma atitude em relação ao governo do estado sobre o tema. A instituição aguarda ainda que a Assembléia Legislativa encaminhe a lista de parentes dos deputados empregados em cargos de confiança.
Na Câmara Muncipal, como a orientação da presidência da Casa foi a de exoneração dos parentes, o vereador Jorge Bernardi (PDT) já afirmou que vai demitir a esposa, Maria Elizabete. "Já conversei com ela e ela vai sair. Mas essa determinação tem de valer para todos", disse. Jairo Marcelino (PDT) e Aldemir Manfron (PP) também prometeram seguir a regra do Ministério Público.
"Considero que deveria haver uma legislação federal sobre o assunto nepotismo. Mas pretendo cumprir a determinação", disse Marcelino. "Não é uma questão ideológica, mas sim, moral. Por isso, vou acatar", explicou Manfron. Ângelo Batista (PP) também lamentou a falta que seus parentes farão ao seu lado, mas afirmou que vai cumprir o pedido sem problemas. "Vou substituí-los", afirmou ele, que tem dois sobrinhos empregados. O filho, segundo ele, já não trabalhava com ele há anos. Luiz Fernando Stellfeld (PC do B) foi outro que demonstrou aceitação quanto à sugestão de exoneração de familiares e disse que demitirá seu pai.
Quem também garantiu que o filho não trabalha mais com ele foi Geraldo Bobato (PFL). De acordo com ele, em novembro do ano passado, após a primeira manifestação do Ministério Público, ele demitiu o filho. Beto Moraes (PL) afirmou que não tem parente trabalhando no Legislativo municipal. Já o vereador Aladin Luciano (PV), não foi encontrado para comentar sobre os dois parentes empregados no parlamento.
Os demais parlamentares que praticam o nepotismo na Câmara Municipal de Curitiba afirmaram que vão aguardar o prazo de 60 dias para se decidirem, que vão fazer consultas ao MPE ou que preferem batalhar para que haja um legislação específica que proíba a prática nepotista no Paraná ou no Brasil.
A prefeitura de Curitiba e o TCE vão deixar a análise sobre os posicionamentos a cargo de seus departamentos jurídicos.



