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As constantes viagens de vereadores de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, estão causando desconfiança na população do município. Ontem, dois representantes do Movimento Transparência Tamandaré entregaram uma petição ao promotor do Ministério Público (MP) na cidade pedindo uma investigação da última viagem, feita por dois vereadores e paga com dinheiro público.

Os vereadores Matilde Leite Czorne e Osvaldo Stival, ambos do PSDB, participaram de um congresso de vereadores em João Pessoa, na Paraíba. "Fizemos a petição para o MP investigar se houve irregularidades nessa última viagem ao Nordeste. Desde 2001, os vereadores fizeram 17 viagens e não vemos o retorno dessas delas para a população", explicou o coordenador do Transparência Tamandaré, Álvaro Fonseca Duarte. Essa última viagem ocorreu para que os vereadores participassem de um congresso entre o dia 2 até o dia 6 (de terça a sábado). Os vereadores voltaram para Almirante Tamandaré no domingo.

No documento entregue ao MP, o grupo pede uma prestação de contas da viagem feita pela vereadora Matilde e pelo vereador Stival. "Se o Ministério Público encontrar irregularidades, pedimos a cassação dos dois vereadores e do presidente da Câmara, que autorizou a viagem", disse Duarte.

O presidente da Câmara, Antônio Ângelo Prosdócimo (PMDB), e os dois vereadores que viajaram à Paraíba foram procurados pela reportagem para comentarem a desconfiança do movimento. Nenhum deles foi encontrado.

Quem acabou comentando o assunto foi o diretor da Câmara, Alceu de Brito. Segundo ele, não há nenhuma irregularidade na viagem. Além disso, todos os vereadores da Casa aprovaram, em audiências públicas, os gastos. "Todos os custos e de onde saiu o dinheiro para a viagem foram aprovados pelos vereadores", explicou Brito.

Para ele, a petição encaminhada nesta quarta-feira não deve surtir efeitos. "A viagem foi feita dentro do que foi combinado entre o presidente da Câmara (Prosdócimo) e o promotor público do município (o mesmo que vai investigar se houve irregularidades). Foi definido que iriam três vereadores para o Nordeste, mas um não pode ir por motivos particulares e foram apenas dois", afirmou o diretor da Câmara. "Caso o Ministério Público peça explicações sobre a viagem vamos dar", definiu Brito.

O coordenador do Movimento Transparência Tamandaré, Álvaro Fonseca Duarte, afirmou que as próximas viagens também serão monitoradas. "Houve uma viagem em que os vereadores foram para Natal, que denunciamos e conseguimos provar as irregularidades. Seis vereadores viajaram e tiveram que devolver cada um, em média, R$ 4 mil aos cofres públicos", disse Duarte.

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