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Eduardo Cunha, presidente da Câmara. | UESLEI MARCELINO/REUTERS
Eduardo Cunha, presidente da Câmara.| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

O vice-líder do governo na Câmara Federal, deputado Sílvio Costa (PSC-PE), defendeu nesta sexta-feira (17) o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de presidente da Câmara. Silvio Costa é um dos críticos à gestão de Cunha e protagonizou, neste primeiro semestre vários bate-bocas com Cunha em plenário.

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“O presidente Eduardo Cunha tem a presunção da inocência a seu favor, mas do ponto de vista moral perdeu a condição de ficar à frente da Presidência da Câmara. Sou vice-líder do governo, mas não falo aqui como vice-líder do governo e sim como um deputado”, disse Sílvio Costa.

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A bancada do PSol na Câmara divulgou nesta sexta-feira nota em que também defende o afastamento de Eduardo Cunha. Segundo o PSOL, como não há por parte de Cunha a disposição de se afastar do cargo, a bancada irá tentar construir esse tipo de saída com outros partidos para evitar que a imagem da Casa seja prejudicada. A nota diz que tanto Cunha, quanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devem responder pelas acusações que estão sofrendo, mas que é inaceitável que as denúncias feitas contra os dois se confundam com “um ataque ao Congresso Nacional”.

“Eduardo Cunha não tem direito de confundir suas posições e ódios com a função que ocupa institucionalmente de presidente da Câmara dos Deputados. A confusão deliberada que Cunha produz, à guisa de defesa, evidencia sua incompatibilidade entre a função de presidente da Casa, que exige equilíbrio e postura de magistrado, e a condição de investigado na Operação Lava Jato “, diz um trecho da nota.

O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), vê na atitude de Cunha de atacar o governo, Rodrigo Janot e agora o juiz Sérgio Moro, uma tentativa de desviar o olhar de todos das denúncias que pesam contra ele. Segundo ele, o PSOL defenderá uma acariação entre Cunha e Júlio Camargo e que também seja ouvido Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

“Cunha também diz que as denúncias sobre ele e Renan são um “ataque ao Congresso”. Inclua-nos fora dessa, Doutor! Não amplie para a instituição o que afeta a você e seus supostos “comandados”, disse Alencar.

Em entrevista coletiva nesta manhã, Cunha anunciou o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff. O presidente da Câmara afirmou que a partir de agora é oposição e que defenderá que o seu partido faça o mesmo. Aos jornalistas, ele disse estar convicto da participação de “um bando de aloprados do Planalto” na ação “persecutória” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para conseguir elementos que permitam a denúncia contra ele no processo da Lava Jato.

Na quinta (16), em depoimento à Justiça Federal, o consultor Júlio Camargo disse que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas referentes a dois contratos de US$ 1,2 bilhão de navios-sonda, assinados pela Petrobras entre 2006 e 2007. Segundo o delator, Cunha pediu US$ 5 milhões pessoalmente a ele. Cunha negou a acusação e afirmou que o delator é um “mentiroso”.

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