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O vice-prefeito de Embu-Guaçu, Fernando Branco Sapede, anunciou, no início da noite desta segunda-feira (27), que irá protocolar na Câmara Municipal, nesta terça-feira (28), o seu pedido de renúncia ao cargo. "É uma decisão familiar. Minha mãe me disse que se eu não saísse brigaria comigo", afirmou, após conceder entrevista e fazer um pronunciamento oficial sobre a sua decisão.

A justificativa para a renúncia foram as repercussões negativas dos processos aos quais o vice-prefeito responde na Justiça - um por falsidade ideólogica e outros dois por suspeita de embriaguez ao volante. Fernando Sapede ficou preso de segunda-feira (20) até a tarde da última sexta-feira (24) no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, por, no entender da Justiça, ter violado a fiança que lhe garantia responder um dos processos em liberdade após voltar a atropelar um homem no dia 12 de abril deste ano. Após realizar exame clínico, constatou-se que ele estava alcoolizado.

"Essa cidade não precisa mais ser exposta por um erro meu. Em momento algum quis prejudicar de alguma forma pejorativa a população do nosso município. Não que eu seja um serial causador de problemas, mas a continuidade, para a população, não é saudável, principalmente para aqueles que acreditam em mim como médico há mais de 20 anos. Não quero que as pessoas confundam o político Fernando com o médico Fernando. Então, tem que ter um basta", justificou.

Ao ser questionado sobre as acusações que pesam contra ele, o vice-prefeito negou te cometido o crime de falsidade ideológica, mas admitiu que cometeu um erro quanto a dirigir embriagado. "Cometi um erro ao ingerir álcool e dirigir. Hoje, tenho a pena e a culpa. É um erro e já estou respondendo administrativamente, tendo a minha habilitação cassada", disse.

Sobre o processo de falsidade ideológica, ele reconheceu, no entanto, que um estagiário da clínica dele realmente utilizou um carimbo com o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) dele para acelerar a realização de exames por um garoto com sintomas de pneumonia. "Em momento algum, ele (estagiário) se eximiu do que ele fez, de ter assinado. Mas pergunte para qualquer mãe aqui presente: o que vale mais, a burocracia ou a vida? Na minha visão, é a vida em primeiro lugar", declarou, deixando claro que apoiou a decisão do estagiário.

Ao final do pronunciamento, Fernando Sapede abraçou os familiares, entre eles, a mãe e a esposa, que o acompanharam na coletiva e disse que o anúncio de sua renúncia é "um alívio". "Eu era um sujeito normal. Depois da política, eu passei a ser o médico anormal. Agora eu quero ser o médico normal novamente", afirmou.

Fernando Sapede foi preso na segunda-feira passada por determinação da Justiça quando participava de uma audiência no fórum da cidade da Grande São Paulo. Ele responde por falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina. O vice-prefeito foi detido pela polícia no dia 12 de abril, suspeito de atropelar um idoso. No ano passado, ele atropelou um garoto de 13 anos. Em ambos os casos, há a suspeita de que Sapede estivesse embriagado.

Ele foi preso também sob a suspeita de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina. Segundo a polícia, o vice-prefeito emprestava o carimbo e o registro do CRM para outra pessoa exercer a profissão. De acordo com Sapede, o homem era o estagiário dele.

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