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Muitas vezes os empresários preferem reclamar da (falta de) atuação do poder público, dos altos impostos, da burocracia, entre tantas outras coisas que são realmente justas. Mas eles também precisam colocar a mão na massa para realizar mudanças, não podem ficar esperando indefinidamente, apenas se lamentando.

Então ações como o de um grupo de empresários do Largo da Ordem, no Centro Histórico de Curitiba, merecem parabéns. Já fazia algum tempo que eles estavam articulando a ideia de fomentar o turismo na região, mas foi só agora que o projeto saiu do papel realmente, com a criação da Rede Empresarial do Centro Histórico, que tem o apoio do Sebrae.

A região central de Curitiba tem passado por algumas ações de revitalização, mas ainda falta muito para que se torne um local agradável, o qual moradores e turistas possam visitar a qualquer hora. Na verdade, este é um desafio para todas as grandes cidades brasileiras. Geralmente são as regiões antigas e centrais as que mais sofrem com o abandono, o que é um desperdício de espaço e cultura.

É só parar para pensar: o Largo da Ordem, por exemplo, é um local sensacional. Aquele calçadão de paralelepípedos, as igrejas, as construções antigas, galerias de arte, bares, restaurantes... No domingo ainda há a feirinha, grande evento multicultural, que reúne gente de todas as cores, comidas de todos os sabores, arte de todos os tipos.

Seria ainda mais sensacional se as construções fossem bem preservadas, se as áreas públicas fossem bem limpas e as pessoas, bem cuidadas. O Belvedere do Alto São Francisco, na Praça João Cândido, está completamente pichado há pelo menos três meses. Em volta, há um tapete de bitucas e pequenos cacos de vidro. Na região do entorno, comerciantes reclamam da falta de segurança.

Não é só um problema de violência, mas de desordem social. Usuários de crack e bêbados se espalham pelo Largo da Ordem, afugentando turistas. Os comerciantes contam que o fluxo diminuiu nos últimos anos. Outra coisa que diminuiu, segundo eles, foi o patrulhamento. Antes se viam guardas municipais percorrendo toda a extensão do Largo, em duplas, uma subindo e a outra descendo.

No fim de semana passado, a Polícia Militar realizou uma blitz no Largo da Ordem, com a intenção de coibir o uso e tráfico de drogas no local. Mas de pouco adiantam ações pontuais como essa, se o poder público não promover a ocupação permanente, de forma ordenada, dos espaços públicos. Para isso ocorrer é preciso patrulhamento, ações sociais preventivas, farta programação cultural e esportiva, boa iluminação. E também manutenção.

O Belvedere do Alto São Francisco pichado dá a impressão de que a Praça João Cândido é uma terra sem lei. Muitos prédios públicos e privados estão rabiscados com spray e tinta. Em alguns casos, em que o grafismo é tão grande, parece impossível que ninguém tenha visto os pichadores. Talvez alguém tenha visto, mas nem se preocupou em avisar as autoridades. Deve pensar: "Para que vou me incomodar, se a cidade toda está pichada? Acho que a prefeitura nem se importa com essas pichações".

Os problemas do Largo da Ordem, assim como do resto do centro, são bem grandes. Assim como as oportunidades que eles oferecem. A Rede Empresarial do Centro Histórico tem um belo trabalho pela frente, assim como o poder público. A primeira ação oficial dos empresários é bem interessante: promover um festival em comemoração ao Dia da Criança, no sábado dia 13, com contação de histórias, apresentações teatrais, shows e oficinas no calçadão do Largo da Ordem. Vamos ver o que o governo consegue fazer em contrapartida.

Repense

Hoje o Largo da Ordem também estará em festa, com o projeto Geração Repense, promovido pela Gazeta do Povo para discutir e conscientizar o jovem sobre seu papel na sociedade. A partir das 14 horas as Ruínas do São Francisco serão palco de uma série de shows musicais e debates, com mediação do rapper MV Bill.

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