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A viúva do motorista Reinaldo Aparecido Leite, de 40 anos, morto no desabamento das obras da futura Estação Pinheiros do Metrô, na Zona Oeste de São Paulo, rejeitou nesta quinta-feira (1º) a indenização de R$ 61 mil proposta pelo consórcio responsável pela obra. No momento do acidente, em 12 de janeiro, Reinaldo dirigia um microônibus, que caiu na cratera aberta na Rua Capri, ao lado da construção.

O valor da indenização foi proposto pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, durante reunião entre os advogados da empresa e da família de Reinaldo, que pede mais. "Essa proposta é horrível, um absurdo. Não aceito e não vou aceitar. Não dá nem para comprar uma casa na favela", disse a dona de casa Zilene Dourado, sem revelar em quanto a família quer ser indenizada. Ela acusou os representantes da Via Amarela de descaso. "Eles disseram que estamos pedindo valores que só são pagos em outros países. Mas trocar a vida do meu marido por esse dinheiro não dá. Tenho uma filha (de 11 anos) sem pai."

Zilene contou que, desde o acidente, parou de trabalhar. "Saio na rua e fica todo mundo perguntando se vamos ficar milionários. Causa pânico. É uma pressão enorme", disse. Ela vendia produtos de limpeza nas ruas em uma perua. O veículo está quebrado e a dona de casa afirmou não ter dinheiro para consertá-lo.

Ela reclamou ainda que até o momento só recebeu R$ 1.500 da Via Amarela, "como parte da indenização". Zilene, a filha e a sogra moram em uma casa de um cômodo na Freguesia do Ó, Zona Norte da capital paulista. Segundo ela, o próximo passo é tentar negociar um novo valor. Se não de certo, prometeu realizar manifestações e entrar na Justiça.

O Consórcio confirmou a reunião desta quinta com os familiares de Reinaldo, mas informou que não trata de valores por questão de privacidade e segurança das pessoas.

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