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Youssef reafirma que Planalto sabia de esquema de corrupção na Petrobras

Sem apresentar provas, doleiro disse que Lula e Dilma “tinham conhecimento” dos desvios

Sem meias palavras durante o depoimento à CPI, o doleiro Alberto Youssef voltou a relacionar o Planalto com o esquema de corrupção na Petrobras. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Sem meias palavras durante o depoimento à CPI, o doleiro Alberto Youssef voltou a relacionar o Planalto com o esquema de corrupção na Petrobras. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O doleiro Alberto Youssef voltou a afirmar, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em Curitiba, nesta segunda-feira (11), que o Planalto sabia do esquema de corrupção na estatal. Questionado pelos deputados se confirmava um depoimento anterior no qual citou nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT), ele confirmou.

Ele negou, porém, que houvesse uma coordenação do Planalto no esquema. “Não digo que havia uma coordenação, mas eu acredito que eles tinham conhecimento, no meu entendimento, do que acontecia”, respondeu Youssef. Os parlamentares também questionaram se o doleiro achava que o esquema de corrupção teria servido ao interesse do governo. “Serviu ao interesse do partido, automaticamente aos partidos da base aliada”, disse.

Youssef afirmou ainda que recebeu dinheiro de uma empreiteira, em 2010, para “abafar” a CPI da Petrobras. “Em 2010, eu fui contatar a Queiroz Galvão e quando fui cobrar para que ela pudesse pagar seus débitos referentes aos contratos de diretorias de abastecimento da Petrobras, fui informado de que eles teriam repassado R$ 10 milhões por conta do abafo dessa CPI”, disse o doleiro.

A informação dada em sua delação premiada, de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), recebeu indiretamente dinheiro do esquema, também foi confirmada na CPI. “Não [repassei recursos] diretamente [para Cunha], mas a pedido de Julio Camargo [proprietário da empreiteira Toyo Setal, que também fez delação premiada] que entregasse dinheiro a mando de Fernando Soares [suposto operador do PMDB no esquema]”, disse Youssef.

Além de Youssef, que falou por cerca de quatro horas, outros seis presos da operação Lava Jato estavam na lista de depoentes da CPI em Curitiba. Foram ouvidos o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano; o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; os operadores Maio Goes e Guilherme Esteves; o empresário Adir Assad; e a doleira Iara Galdino. Somente Youssef e Iara, porém, responderam aos questionamentos dos deputados.

Os depoimentos da CPI são de livre acesso e acontecem no auditório do prédio da Justiça Federal na capital. Os presos são escoltados por policiais federais até as dependências do Judiciário. As sessões foram marcadas com a anuência do juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, na 13.ª Vara Federal de Curitiba. Ele também autorizou o compartilhamento com os parlamentares de provas obtidas durante as investigações.

Para esta terça-feira (12), estão marcados os depoimentos da doleira Nelma Kodama, do operador René Luiz Pereira, dos ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA), André Vargas (sem partido-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE) e do doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de gasolina em Brasília que deu nome à operação da Polícia Federal. “Temos expectativa que eles possam falar e trazer informações novas”, declarou Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI.

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