Saúde e Bem-Estar

Raquel Derevecki

11 produtos que podem substituir a farinha branca na sua dieta

Raquel Derevecki
02/05/2019 10:30
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Pessoas que querem emagrecer, reduzir o consumo de açúcar, baixar o colesterol ou diminuir os sintomas da tensão pré-menstrual têm trocado a farinha de trigo. Foto: Bigstock

Comum no preparo de pães, bolos, tortas e outras receitas, a farinha branca teve seu espaço garantido na lista de compras por muito tempo. No entanto, a busca por uma alimentação mais saudável, a realização de dietas para emagrecimento e a intolerância ao glúten – proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e em seus derivados – estão mudando os ingredientes para o preparo de massas em muitas residências.
Na casa da corretora de imóveis Andréa Mesquita Schoeberl, por exemplo, o trigo já foi totalmente substituído. “Agora, faço minhas receitas salgadas com as farinhas do grão de bico, amendoim, linhaça e até da beterraba”, afirma a paranaense de 43 anos, que também alterou o principal ingrediente que usava em seus bolos, vitaminas e pães. “Nesses casos, passei a usar as farinhas de coco e de banana verde, que ficam uma delícia”.
De acordo com ela, a mudança significativa em sua dieta ocorreu em janeiro de 2018, quando descobriu que é alérgica ao glúten. “Comecei a perceber que, dependendo da minha alimentação, a pele do meu rosto ficava vermelha, seca e com espinhas que não cicatrizavam”, relata a moradora de Araucária, na região de Curitiba. Por isso, ela buscou acompanhamento médico e nutricional para tratar a alergia e evitar que os sintomas voltassem.

“Substituí os produtos com glúten que eu consumia e logo percebi diferença na minha pele”, relata a corretora, que adquire as farinhas diferenciadas em casas de produtos naturais. “Elas são um pouco mais caras que a farinha de trigo, mas vale a pena e dá até para fazer em casa”.

De acordo com a médica nutróloga Debora Froehner, as pessoas que sofrem de alergia como Andréa ou de intolerância ao glúten — caso dos portadores da doença celíaca que inflama o intestino delgado e dificulta a absorção dos nutrientes — não são os únicos a mudar o cardápio nos últimos anos.
Assim como elas, pessoas que querem emagrecer, reduzir o consumo de açúcar, baixar o colesterol ou diminuir os sintomas da tensão pré-menstrual também têm trocado a farinha de trigo por outros produtos. Conheça as principais opções disponíveis atualmente.
  1. Farinha de Amêndoas

Segundo a nutróloga, a farinha de amêndoas tem sido utilizada pelos adeptos da dieta low carb, que propõe redução na quantidade de carboidratos ingeridos para auxiliar na perda de peso. Além disso, é fonte de vitamina E, gorduras boas, proteína, e pode ser preparada em casa com facilidade por meio do processamento das amêndoas. “Sem contar que qualquer pessoa que não tenha alergia específica ao produto receberá seus benefícios devido ao baixo teor de açúcares e ausência de glúten”, informa.
Foto: Pixabay
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  1. Farinha de aveia

Rica em fibras, a farinha de aveia ajuda na redução do colesterol, diminui os níveis de açúcar no sangue e prolonga a sensação de saciedade, ajudando quem deseja emagrecer. Além disso, segundo a médica, essa farinha contém vitaminas do complexo B, silício e pode ser utilizada facilmente com frutas no café da manhã ou em lanches. No entanto, não é uma boa opção para pessoas celíacas porque apresenta traços de glúten.
  1. Farinha de coco

Conhecida pelo seu baixo teor de açúcares e pela grande quantidade de fibras e gordura, a farinha de coco auxilia no funcionamento intestinal e pode ser consumida por pessoas com intolerância ao glúten. De acordo com a nutróloga, essa farinha é produzida a partir da casca e da polpa do coco, e pode conter até 2,5 g de fibras a cada 10g do produto. Além disso, existem diversas receitas que já apresentam esse produto na lista de ingredientes.

“É possível usar a farinha de coco, inclusive, no lugar das farinhas de mandioca e de milho para o preparo de farofas”, comenta Debora.

  1.  Farinha de banana verde

Cada vez mais popular entre o público que procura uma alimentação saudável, essa opção apresenta grande quantidade de potássio, manganês, zinco e amido resistente — tipo benéfico de amido que auxilia no controle da glicose no sangue e no bom funcionamento do intestino. “Como esse amido passa por um processo semelhante à metabolização das fibras alimentares, seus benefícios também se assemelham”, afirma a médica.
Ainda segundo ela, a farinha de banana verde é obtida a partir do resfriamento da banana após cozimento, não altera o gosto dos alimentos, e seu consumo ajuda no processo de emagrecimento ao proporcionar saciedade.
  1. Farinha de berinjela

Outra opção que ajuda quem deseja emagrecer e auxilia no controle da glicose é a farinha de berinjela. Rica em fibras, ela baixa o colesterol, melhora o funcionamento do fígado e solta o intestino. “A composição dessa farinha é variável, mas as fibras são maioria, estando em torno de 6,8g para cada 15g”, informa a nutróloga.
Além disso, o preparo dela é simples e pode ser realizado em casa. Para isso, basta fatiar as berinjelas com cerca de 4 milímetros de espessura, levar ao forno por alguns minutos até desidratar, esfarelar as fatias e bater no liquidificador.  Peneirada, ela fica bem fina e dura cerca de um mês.
Foto: Pixabay
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  1. Farinha de linhaça

De acordo com a médica, a farinha de linhaça é uma ótima fonte de gorduras boas como ômega 3, 6 e 9, além de ser rica em proteínas, fibras e em lignanas — que auxiliam no controle dos sintomas de tensão pré-menstrual e protege contra o câncer de mama. Esse produto é recomendado na dieta de toda mulher, e pode ser usado em diversas receitas ou consumido puro. “Para isso, basta adicioná-la aos sucos ou em cima das frutas, por exemplo”, sugere Debora.
  1. Farinha de arroz

Na versão integral, essa farinha possui maior teor de fibras. Por isso, é uma opção para quem deseja reduzir o nível de colesterol, evitar prisão de ventre e eliminar toxinas. Além disso, a farinha de arroz possui baixo índice glicêmico — indicador que aponta a velocidade com que o alimento aumenta a glicose no sangue — e também pode ser usada por pessoas intolerantes ao glúten.
O preparo em casa é fácil porque basta colocar o arroz em um liquidificador e bater até obter a consistência desejada. No entanto, a nutróloga afirma que essa farinha não é a melhor opção para quem deseja emagrecer, pois possui elevada quantidade de açúcares.
  1. Farinha de chia

Ainda segundo a nutróloga, essa é uma boa sugestão para quem deseja perder peso porque aumenta a saciedade e favorece o bom funcionamento intestinal. Além disso, a farinha de chia é uma importante fonte de selênio — indispensável para o bom funcionamento da tiroide — e é rica em vitaminas, minerais, gorduras boas e fibras alimentares.

“A cada 15g da farinha de chia, por exemplo, 3g são de ômega 3 e 6g de fibras, aproximadamente”, informa Débora.

Foto: Pixabay
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  1. Farinha de quinoa

A quinoa é considerada um superalimento por ser rica em proteína vegetal e apresentar todos os aminoácidos essenciais ao organismo. Além disso, esse produto auxilia no bom humor por ser fonte do triptofano, responsável pela produção do hormônio do bem estar.
Segundo a nutróloga, a quinoa também é rica em ferro, vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina E, cálcio, zinco, ômega e fibras. “Todos esses benefícios se mantém na versão farinha, e o produto ainda é uma boa opção para celíacos por não conter glúten”.
  1. Farinha de feijão branco

Comum em estratégias alimentares que visam o emagrecimento, a farinha de feijão branco aumenta a saciedade e auxilia na redução de carboidratos na dieta devido à sua grande concentração de faseolamina, substância que reduz a absorção dos carboidratos no intestino. No entanto, ela precisa ser consumida crua, pois os benefícios se perdem com o cozimento. “Uma boa opção é polvilhar na salada, comer com frutas ou adicionar a sucos e iogurtes”, sugere a médica.
  1. Farinha de grão de bico

Preparada a partir do grão moído e sem cozimento, essa farinha mantém as propriedades nutricionais do grão de bico, sendo uma boa fonte de gordura, proteínas e fibras. Também é rica em zinco, selênio e em vitaminas do complexo B, como B1, B6, B9. “Ela não é considerada uma opção de baixo açúcar, mas apresenta os ‘açúcares do bem’, por conter amido resistente e ser uma importante fonte de fibras”, afirma Débora.
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