Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Água do mar para beber: Anvisa regulariza a dessalinização da água salgada; confira os benefícios à saúde

Amanda Milléo
21/10/2019 11:34
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Anvisa regulariza a dessanilização de água salgada, do mar, e o envasamento da mesma no país Foto: Bigstock.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu os requisitos sanitários para regularizar a dessalinização da água do mar para consumo. Desde a última sexta-feira (18), estão previstos no país quatro tipos de água envasada e potável:
  • Água mineral natural;

  • Água natural;

  • Água adicionada de sais;

  • Água do mar.

Até então, antes da publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 316/2019, eram autorizadas para a produção de água envasada apenas as fontes de água doce. Já a água do mar, agora, deverá ser registrada junto à Anvisa. O órgão fará a avaliação da forma de captação, os procedimento de dessalinização, o atendimento ao padrão de potabilidade para concessão de autorização e a especificação final do produto. Conforme a Anvisa, as empresas interessadas na dessalinização terão dois anos de prazo para se adequarem.

Benefícios (e riscos) à saúde

De acordo com a agência, a água do mar dessalinizada potável deve atender ao padrão de potabilidade, definido pelo Ministério da Saúde, além de cumprir os limites para:
  • Boro;
  • Manganês;
  • Cálcio;
  • Magnésio;
  • Potássio;
  • Sódio;
  • Sais e microcistinas.
Não será permitida a presença de contaminantes químicos, biológicos ou matérias estranhas, que representem ameaça à saúde. A água salgada potável também não poderá conter açúcares ou aditivos alimentares. Ainda, será permitida a adição de gás carbônico, ou dióxido de carbono.

Atenção aos rins

Esse controle sobre os sais e substâncias presentes na água permitirão que a mesma possa ser consumida por todas as pessoas, inclusive pacientes com problemas renais, conforme explica Rodrigo Leite, médico nefrologista.

“Pelo que vi dos parâmetros de sais, [a água salgada dessalinizada] vai ser equivalente a uma água mineral normal. Os sais presentes na água, aceitos pela Anvisa, são quantidades que variam de água para água, umas com mais, outras com menos, mas não tem muita repercussão entre pacientes com problemas renais. O problema maior é ele tomar pouca água”, explica o especialista, que atua no hospital São Vicente e no hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR). 

É preferível, segundo Leite, que o paciente tome uma água com um pouco mais de sódio, por exemplo, do que deixar tomar por medo da composição.
“A quantidade de minerais, regulamentada pela Anvisa, é aceitável para toda a população. Todos os sais, tudo é inspecionado pela Anvisa, que tem os parâmetros publicados, para a água que será comercializada e liberada”, reforça o médico.

Quantidade ideal

Não existe uma média geral de quantidade de água a ser consumida, por dia, por pessoa. Mas há um cálculo simples:

35 mL de água por kg, por dia. Uma pessoa de 70 kg, por exemplo, precisaria de cerca de 2,5 L de água, todos os dias. 

“Apenas 1% das pessoas toma tudo o que deveria. Ainda mais em cidades frias, como Curitiba. Só tomam água quando sentem a sede, mas quando ela vem, já passou muito da hora de tomar água. A sede é um parâmetro ruim para tomar água. É preciso criar um hábito”, explica o nefrologista.
E não precisa ser necessariamente uma água envasada, segundo o médico. “As pessoas têm preconceito com a água de torneira, mas a água distribuída no Paraná é boa. Claro, é preciso atenção à caixa d’água. Mas quem tem um filtro simples, daqueles de barro mesmo, não precisa comprar água mineral sempre”, reforça Rodrigo.
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