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Volta do sarampo alerta para o risco de outra doença, a rubéola, protegida pelas mesmas vacinas. Foto: Bigstock.
Volta do sarampo alerta para o risco de outra doença, a rubéola, protegida pelas mesmas vacinas. Foto: Bigstock.| Foto:

O Brasil registrou, até o começo de agosto, 43 cidades (de três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) em situação de surto ativo para o sarampo.

Somam-se, de acordo com dados dos Ministério da Saúde, 907 casos confirmados da doença apenas entre os dias 05 de maio e 03 de agosto de 2019.

Para além dos riscos da própria doença, o sarampo também abre as portas para outro alerta: o da rubéola.

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Isso acontece porque tanto o sarampo quanto a rubéola e a caxumba são doença prevenidas pela mesmas vacinas, a tetra e tríplice viral. Uma vez que parte da população não tenha sido vacinada adequadamente, com todas as doses necessárias conforme a idade, o risco de que essas doenças voltem a assustar é grande.

“As certificações que tínhamos contra o sarampo, que perdemos em fevereiro desse ano, não era de erradicação da doença, mas de eliminação da circulação do vírus. Conseguimos [a eliminação] a partir da vacinação de uma grande quantidade de pessoas. Mas o mundo ainda tem sarampo e rubéola e continuamos convivendo com os vírus. Se não tivermos boa parte da população protegida, há o risco de ter a circulação de novo desses vírus”, explica Renato Kfouri, médico pediatra infectologista, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Sequelas da rubéola

Rubéola não se trata da mesma doença que o sarampo, pois são causadas por vírus diferentes e têm características diferentes. Uma das principais diferenças está nas sequelas. A rubéola, conforme explica o infectologista, não tem o mesmo potencial de letalidade que o sarampo, mas na forma de síndrome congênita pode causar tantos danos quanto.

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“Quando introduzimos as vacinas nos programas [de imunização], o principal objetivo era evitar que a rubéola chegasse até as mulheres grávidas. Nesses casos, a doença [síndrome da rubéola congênita] leva a má formação fetal e, no passado, foi responsável por casos de surdez, retardo do Sistema Nervoso Central, má formação cardíaca, entre outros. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, no contato com tosse e secreção, mas não é tão facilmente transmitida quanto o sarampo”, explica o especialista.  

Das outras sequelas da rubéola na gestação, o Ministério da Saúde lista o surgimento de catarata, glaucoma, diabete, morte fetal ou aborto. Mas a surdez tende a ser o sintoma mais precoce da condição. Nos adultos infectados, quadros de sequelas não são tão comuns.

Sintomas

Conforme dados do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos de Biomanguinhos, da Fiocruz, a rubéola fica incubada durante um período de duas a três semanas. Depois desse tempo, os sinais mais comuns são:

  • Febre baixa;

  • Aumento dos gânglios linfáticos;

  • Manchas rosadas pelo corpo, que surgem primeiro no rosto e depois pelo restante do corpo;

  • Pode ter sintomas como dor de garganta e de cabeça.

Uma vez diagnosticado, não há tratamento indicado, a não ser esperar o desenrolar da própria doença, que é autolimitada. Podem ser indicados medicamentos de controle dos sintomas.

Prevenção: vacina

A principal forma de prevenção contra a rubéola (e a síndrome da rubéola congênita) é através da vacinação. Conforme orientação do pediatra infectologista Renato Kfouri, a imunização segue a mesma recomendação do sarampo:

  • Crianças aos 12 meses de idade recebem a primeira dose e aos 15 meses, a segunda dose.
  • Pessoas até 29 anos e que tiverem recebido apenas uma dose da vacina devem receber a segunda.
  • Acima dos 29 anos, até os 49 anos, é preciso apenas uma dose da vacina.

 

As vacinas estão disponíveis pelo SUS nos postos de saúde, de forma gratuita, e em clínicas privadas. Das vacinas que protegem contra a rubéola: dupla viral (contra sarampo e rubéola); tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, ou catapora).

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