Saúde e Bem-Estar
Gazeta do Povo
Soro inédito contra o veneno das abelhas é desenvolvido por pesquisadores brasileiros
Soro contra veneno de abelhas é criado por brasileiros; medicamento é inédito em todo o mundo. Foto: Visual Hunt.
Pesquisadores no Rio de Janeiro desenvolveram o primeiro medicamento antiapílico, ou um soro contra o veneno das abelhas. A medicação é inédita no mundo e a expectativa é que seja distribuída à população brasileira até 2022.
Conforme informações da Agência Brasil e do DataSUS, cerca de 50 pessoas morrem, todos os anos, no Brasil, devido a complicações decorrente de picadas de abelhas.
Estima-se que aconteçam 10 mil acidentes com picadas de abelhas no país, por ano. Na maioria dos casos, as vítimas são idosos e crianças.
Por enquanto, o soro está sendo testado nos seres humanos, mas há obstáculos para o avanço da pesquisa. De acordo com Marcelo Strauch, veterinário e pesquisador do Instituto Vital Brasil (laboratório oficial no Brasil), um dos entraves do estudo está na espera para que os casos de picadas de abelhas aconteçam naturalmente e próximos de onde o soro está sendo desenvolvido.
Quando pronto, o soro será indicado em pessoas que forem vítimas do ataque de um enxame. Já pessoas que sejam alérgicas aos animais e recebem a picada de uma única abelha, o tratamento abrange medicamentos comuns.
Criação do soro contra picadas de abelhas
O soro contra o veneno das abelhas é desenvolvido da mesma forma que os antídotos contra as picadas de serpentes – através da extração do veneno.
Para tanto, as abelhas passam por uma placa elétrica disposta na entrada da colmeia e recebem ondas tênues de choque elétrico. No susto, despejam o veneno, que é coletado pela própria placa.
Esse veneno é então injetado na corrente sanguínea de animais, como cavalos. Eles não se intoxicam com o veneno devido ao grande volume de sangue, que chega a ser sete vezes maior que o do ser humano.
Em contato com o veneno, o sistema imunológico dos cavalos produz os anticorpos, que formam a base ativa para o soro – que pode ser aplicado, então, em humanos.
A pesquisa já aplica o soro antiapílico em voluntários humanos desde 2016, especialmente entre pacientes que tiveram múltiplas picadas de abelha.
Veneno das abelhas: o que fazer?
De acordo com informações da Fiocruz, os princípios ativos presentes no veneno das abelhas podem levar a uma série de danos no organismo humano. Dos principais: danos no sistema nervoso; sintoma hemorrágico, e destruição dos glóbulos vermelhos.
Embora os efeitos do veneno das abelhas não serem os mesmos a todas as pessoas, os mais comuns são:
Dor forte nos primeiros dois a três minutos, que é proporcional ao número de ferroadas recebidas. A dor também varia conforme o local da picada.
Inchaço que varia também conforme o local da picada.
Vermelhidão no local.
Coceira local, que pode atingir o corpo todo.
Aumento na temperatura do corpo.
Dificuldade em respirar.
Lábios na cor azulada, em casos de alergia.
Vômito e perda de consciência, em casos de alergia.
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