Durante anos fui criticada por algumas pessoas que meu café era frio… Durante um bom tempo tentei fazer um café mais quente para agradar as pessoas e quando eu o tomava, queimava minha língua.
Demorei mais alguns bons anos até descobrir que meu café era frio porque gosto dele assim e sou sensível demais a líquidos escaldantes. Até hoje queimo minha língua com qualquer bebida mais quente, por isto sou daquelas chatas que no café espresso pede pra passar água fria na xícara. Imagina o quanto devem ficar horrorizados com esse meu pedido!
Pois então, quantas vezes nós ficamos uma quase eternidade fazendo comunicação para agradar ao “chefe” e morrendo de medo de falar que aquilo é bonito e eficiente somente para ele, mas é preciso pensar no público alvo da empresa, nos stakeholders que queremos e devemos atingir? Pois é… Depois os resultados não são alcançados e em uma ação futura, como fazer para aprovar novos investimentos? Como fazer um “chefe” desses acreditar na eficiência da comunicação corporativa?
Não tome mais café pelando ou frio, mostre os porquês de algumas necessidades de comunicação e seus direcionamentos. Esteja atento de que pode ser que o primeiro obstáculo a ser transponível em seu trabalho talvez seja o próprio board da empresa e nem sempre este é flexivel e compreende quem realmente é seu foco.
O público da organização pode ser geração Y, mas você precisa ter a manha de reconhecer que sua primeira negociação será com sua chefia, pois precisará aprovar seu projeto e… normalmente ela é geração Z ou Baby Boomers – ainda apegada a conceitos e modelos que já podem estar obsoletos.
Já ouvi de um CEO de uma empresa em que eu fazia consultoria, que a Indústria XY sempre fez daquela forma e teve sucesso, por que eles deveriam mudar a estratégia? O executivo não levava em conta que aqueles eram outros tempos, outro comportamento dos consumidores, sem valor de marca, sem a agiidade das mídias digitais.
Gente, como é complicado mostrar pra alguns gestores de empresas que ninguém lê aquele jornal demagogo e sem foco nos negócios. Como é complicado explicar que uma proposta de negócios ou mesmo um folder, não pode ter aquele excesso de texto; que aquela foto antiga de quando o presidente da empresa era 10 anos mais novo, já demonstra a primeira mentira contada aos clientes. Que aquele filme institucional de 6 minutos é um absurdo numa época de geração visual e acostumada à agilidade digital. Escreveria aqui milhões de exemplos, mas não é o caso.
Sabe aquela coisa de cada macaco no seu galho? Sempre digo que de comunicação todos entendem ou pelo menos acham que entendem e de achismo todos têm doutorado.
Então, para encerrar, lembre-se que é preciso diplomacia para conciliar os resultados de seus trabalhos. Comunicação corporativa é dinâmica, o que hoje é válido sei lá se amanhã ainda o é. Justamente por essa característica, que é preciso lembrar que o resultado do negócio será alcançado se for atingido o público daquele projeto. Para isso, é preciso acompanhar as variáveis de seu comportamento e adaptar canais e modelos de comunicação.
Foque no resultado de seu trabalho e não na temperatura do café pra agradar a outros. Acredite em seu conhecimento, conquiste a confiança de sua chefia…não tem como? Repense seu momento profissional.
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