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A noite é para os solteiros?
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Salve, notívagos! Ainda não foi dessa vez que consegui materializar minha intenção de atualizar este espaço diariamente – mas sigo firme no propósito de diminuir cada vez mais o intervalo entre as postagens. Hoje o assunto é uma constatação (queixa?) que já ouvi de vários profissionais ligados à noite: quem pega balada é “avulso”, os casais não saem de casa. Ou, quando saem, é para os mais óbvios programas de gente comprometida: jantar, cineminha, visitas a outros casais, almoço na casa da sogra, aniversários de crianças…

Neil Mackenzie, cortesia da TVNZ
Quem sabe os casais não se animam e encaram a pista, se a balada for boa…

O máximo a que cada ente do casal se permite é um happy hour com o pessoal da “firma” ou o futebol (na tevê, no videogame ou nos campos de pelada) com os amigos – no caso dos homens, em sua maioria. E foi exatamente por isso que o conceito de dining club não pegou em Curitiba (Liqüe, Eon e Cafe De La Musique tentaram e deram com os burros n’água): quem sai para jantar são os casais, quem pega balada é solteiro, e normalmente já chega “comido”. Não rola portanto ter as duas coisas no mesmo lugar.

Por que que a gente é assim? Já testemunhei baladeiros ortodoxos se transformarem em moscas-mortas hibernantes pouco depois de assumirem um relacionamento sério. Por quê? Um casal não consegue se divertir numa balada forte? Às vezes não mesmo – pelo menos não do mesmo jeito que se divertem os solteiros. Afinal, qual é o principal propósito de quem sai à noite e está disponível? “Encontrar alguéééééém…”, responde o filósofo fanho Rogério Flausino.

Não importa se é para beijar na boca, transar, ampliar o acervo, massagear o ego, contar para os amigos, ficar de rolo, namorar ou até casar (como já afirmei aqui, eu acredito no cupido boêmio). A gente sai para ver, ser visto e, se possível, ter algum tipo de relação/relacionamento. O tipo de música, o conforto, o ambiente, o preço, o cardápio, tudo isso fica em segundo plano para a maioria das pessoas.

E essa inclusive é uma das explicações para a exumação (com enorme sucesso) das baladas sertanejas: as garotas vão porque gostam de dançar, e os caras vão atrás delas. Não que as casas sertanejas sejam toscas – algumas delas, aliás, são bem luxuosas. Mas já ouvi muito homem confessar que só vai nesses lugares “por causa da mulherada”. De fato, elas são minoria nas casas de blues e rock, por exemplo, como o Crossroads. E convenhamos que é mais fácil abordar e iniciar uma conversa com uma garota na Wood’s do que numa noite bombada na Liqüe, por exemplo. Nas casas sertanejas o ambiente é mais descontraído e acolhedor, e teoricamente a “pose” é menor – sem falar que sertanejo se dança a dois, enquanto na música eletrônica é cada um por si.

Opa, estou me desgarrando do assunto. Tá, a galera normalmente sai para caçar. E é normal que – pelo menos no começo do namoro – você prefira ver um filminho embaixo das cobertas ou curtir um jantarzinho caseiro do que enfrentar trânsito, filas, muvuca, bêbados inconvenientes e catinga de cigarro numa casa noturna. Mas não existe nenhuma balada que seja convidativa também para os casais – e que não sejam bailes da terceira idade? Pior que, numa primeira puxada pela memória, as opções são mesmo poucas: tem as casas de forró e música regional (Calamengau, Alice Bar), que normalmente atraem os casais; botecos de samba e MPB com mesas (Matriz & Filial, Corcovado, Ponto Final); cafés, bistrôs e pequenos restaurantes (Mafalda, a parte da frente do Jokers); bares temáticos, de happy hour ou mais voltados à gastronomia (Guantanamera, Mustang Sally, a rede “Menina”, Cantina do Délio, Banoffi…), e não foge muito disso. E você, conhece alguma casa ou balada mais atraente que o edredom para jovens casais? Com sua ajuda, pretendo fazer um pequeno guia e publicá-lo na versão impressa da coluna. Se tiver fotos em boa resolução dos pombinhos (com os respectivos nomes completos) caindo na gandaia, melhor ainda. Elas podem ajudar a ilustrar a coluna. Sou todo ouvidos!

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