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Apelo ao presidente da CUT, Vagner Freitas: deixe os jornalistas de SP se filiarem ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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Nossas entidades de classe, representantes formais e informais dos jornalistas, sequer deram conta do mais básico da profissão no caso dos jornalistas agredidos durante a cobertura da prisão de Lula: contabilizar quantos foram. Depois dos primeiros embates físicos, o Sindicato dos Jornalistas distribuiu à entrada de seu co-irmão de Central Sindical, o Sindicato dos Metalúrgicos, um papel em que indicava um número de celular para reportar novas agressões: não informava quais providências seriam tomadas. As demais entidades seguem na mesma toada, sem dizer exatamente o que e quando pretendem fazer.

Meu questionamento é outro: será que essas entidades realmente entendem QUE devem agir com dureza contra quem agride jornalistas por diferenças políticas. É prática proteger membros de diretoria que praticam agressões morais contra jornalistas de quem discordam ou não levar adiante reclamações de abusos contra jornalistas que não fazem parte da intelligentsia. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo chegou ao cúmulo de justificar agressões físicas a seus filiados.

Segundo nota do SJSP, as agressões físicas foram fruto “da política das grandes empresas de comunicação, que apoiam o golpe, e que adotam uma linha editorial de hostilidade contra as organizações populares” e “para impedir que casos de agressão e tentativas de censura se repitam é preciso que se retome a democracia, o que só será possível com Lula livre e com a garantia de o povo brasileiro poder votar legitimamente nas eleições de 2018″.

Por outro lado, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pertencente à mesma CUT, saiu distribuindo sopapos em quem quer que abrisse a boca para falar um A de um de seus ex-filiados mais ilustres, Luís Inácio Lula da Silva. Ele paga sindicato? Não. Aliás, torno mecânico nem existe mais. O problema dele é trabalhista? Não. O sindicato sabe exatamente as entranhas da ação penal que ele sofre? Não. Mas vejam ali o que é defesa de um sindicalizado, Brazyl.

Vocês acham que alguém do Sindicato dos Metalúrgicos vai sair dizendo que o sindicalizado apanhou não sei onde enquanto trabalhava porque determinada empresa está tendo um problema crônico de airbag que matou não sei quantas pessoas, então ok o cara apanhar? Isso é historinha de sindicalista de sapatênis, embalada em muito travesseirinho de pena de ganso, que pode enganar meia dúzia de gatos pingados, mas ali, no território do sindicalista raiz, tanto não colou que quem pagou o pato foram os jornalistas: estava na cara que ninguém iria defendê-los de verdade, as entidades que nos representam têm vergonha de defender quem trampa, querem defender ideias fashion.

Dessa forma, quero fazer meu apelo ao presidente da CUT, Vagner Freitas (oriundo do glorioso Sindicato dos Bancários, em nome do qual meu falecido pai tomou tanta borrachada sem ficar choramingando feito moça no dia seguinte): DEIXE OS JORNALISTAS DE SP SE FILIAREM AO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC. A CUT não perde nada, é a mesma Central Sindical à qual os dois são filiados, e nós, OPERÁRIOS DA NOTÍCIA, teremos uma oportunidade de, em vez de apanhar calados ouvindo justificativas medonhas dos almofadinhas de plantão, arrumar quem nos defenda e – vai que – até arrume uma briga de tapa em nosso nome. (Sou contra, mas vai que, né?)

 

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