O clima esquentou na Universidade de Brasília (UnB) nesta segunda-feira (29), quando uma manifestação convocada por apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) acabou rechaçada por opositores, que expulsaram os adversários.
Em maior número, os adversários do candidato vitorioso no segundo turno gritaram palavras de ordem contra Bolsonaro e forçaram os oponentes a saírem do Instituto Central de Ciências (ICC) da universidade.
O encontro de hoje havia sido chamado de “Ato da Vitória” e fora divulgado no domingo (28), quando apoiadores de Bolsonaro celebraram a vitória do candidato no Eixo Monumental de Brasília. Apenas cerca de 15 defensores do candidato do PSL, porém, participaram do evento.
“A expulsão [dos eleitores de Bolsonaro] é absolutamente legítima. Eles não têm nada o que fazer aqui na universidade, não têm que tentar tripudiar. Aqui é um lugar de trabalho, de estudo, não tem sentido esse tipo de agressão aqui”, disse o professor de direito Alexandre Bernardino Costa.
Segundo ele, os estudantes de direita “podem ter todo o espaço do mundo” dentro da UnB. “Nós queremos colocar para fora as pessoas que não são da universidade e vieram para agredir”, afirmou.
Apoiador de Bolsonaro e aluno de outra universidade, o estudante de direito Marcelo Alves disse que a vitória do candidato do PSL pode “marcar um novo tempo” para o ambiente universitário. “Agora o conservadorismo vai ter uma nova força nas universidades. A direita reviveu”, afirmou o jovem, morador de Ceilândia, cidade a 30 quilômetros do centro de Brasília.
As universidades públicas são consideradas estratégicas tanto pela esquerda, que costuma nelas ter mais força, quanto pela direita, que busca a hegemonia em um ambiente tradicionalmente mais hostil a ela.
Esplanada
Os eleitores de Bolsonaro foram hegemônicos na comemoração de domingo no Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Itamaraty e ao Congresso Nacional. Cerca de 3 mil pessoas participaram da celebração da vitória do candidato do PSL, que foi embalada pelo Hino Nacional e por músicas que entraram na “trilha sonora” da eleição de 2018, como “Capitão Levanta-te”, do venezuelano El Veneco, e “O proibidão do Bolsonaro”, do MC Reaça.
“É um momento histórico, um momento de transição. Eu não queria o continuísmo do PT, eu acho que todo governo tem que ter a transição, a renovação, o que não acontecia há quatro eleições. Eu já estava cansado do PT, e de tudo o que eles fizeram”, afirmou Rodrigo Batista, apoiador de Bolsonaro, que compareceu à comemoração com a filha.
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