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29/11/2017- Brasília - O empresário Eike Batista fala na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura irregularidades no BNDES 
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
29/11/2017- Brasília - O empresário Eike Batista fala na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura irregularidades no BNDES Foto: Wilson Dias/Agência Brasil| Foto:

O empresário Eike Batista foi condenado nesta terça-feira (3) a 30 anos de reclusão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele pagou, segundo a acusação, propina de US$ 16 milhões de dólares para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A sentença é a primeira condenação formal do empresário e representa a derrocada definitiva de um império que parecia imbatível, mas vem ruindo aos olhos dos brasileiros nos últimos cinco anos.

Nesse período, Eike passou de sétimo homem mais rico do mundo e ícone de um país que se vendia como a nova referência internacional a um presidiário endividado e rejeitado pelo circuito que o badalava.

A história de Eike Batista tem origem no seu pai, Eliézer, que foi ministro durante o governo de João Goulart e presidente da Vale do Rio Doce durante duas ocasiões. Na gestão de Eliézer, a estatal teve crescimentos expressivos e internacionalizou seus negócios. Eliézer morreu em junho, aos 94 anos.

Ter um pai influente foi importante e certamente abriu portas, mas Eike tem méritos próprios para ter ficado rico. No início dos anos 1980, quando a descoberta de jazidas de ouro em Serra Pelada criou uma verdadeira corrida do ouro nacional, Eike entrou nesse processo – pegou um empréstimo vultoso que o possibilitou comprar uma mina e enriquecer com o comércio de ouro.

A partir daí, resolveu investir mais na mineração e ambicionou dominar todas as etapas da produção e exportação do minério de ferro – como a produção de máquinas, a logística e mesmo os portos para escoamento dos minerais. Foi quando Eike se tornou o homem mais rico do Brasil e consolidou-se como uma espécie de ícone pop brasileiro. Sua influência era sentida não apenas no seu ramo de negócios, mas em uma série de outros campos, como o esporte, a cultura e, claro, a política – ele foi chamado de “orgulho do Brasil” pela então presidente Dilma Rousseff em 2012 e apontado como uma das peças-chave do “renascimento do Rio de Janeiro” pelo então prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes. Antes, em 1998, o nome de Eike caíra no domínio público quando sua então esposa, a modelo Luma de Oliveira, o ostentara em uma “coleira” que utilizou para desfilar no carnaval.

O ano de 2013 foi o que marcou o início da derrocada de Eike. A OGX, petroleira do seu grupo, apresentou resultados muito inferiores aos esperados pelo mercado. Como num efeito dominó, as outras companhias relacionadas começaram a ter menos demanda do que o esperado. A consequência foram prejuízos milionários, pedidos de recuperação judicial e o ‘título’ de “perdedor do ano”, concedido a Eike pela revista Bloomberg.

E se o mercado e a política já tinham virado as costas para ele, faltava a Eike acertar as contas com a justiça. O que começou a acontecer em 2014, quando ele foi julgado por crimes contra o mercado financeiro. Em 2017, a primeira prisão, que o levou a ter a cabeça raspada e ficar em cela comum. Depois veio a prisão domiciliar, status que era o de momento até essa condenação desta terça.

Entre a prisão domiciliar e a decisão judicial mais recente, Eike não se recolheu. Manteve o escritório de atividade e lançou carreira como youtuber, com vídeos em que falava sobre empreendedorismo. Chegou inclusive a falar em entrar para a política, mencionando convites de diferentes partidos.

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