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Fogo amigo é cruel com Doria: “pode ser que tenham botado João na fila do abate”
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Circula por diversos grupos tucanos de whatsapp um dos textos mais cruéis sobre a pré-candidatura de João Doria ao governo do Estado de São Paulo. Nesses grupos, a publicação é tida como apócrifa e alguns chegam a dizer para não dar bola que é intriga dos petistas que pretendem quebrar a hegemonia do PSDB em terras paulistas.

Enxugando a maldade e a análise cortante, sobra muito fato aí, infelizmente para o prefeito de São Paulo. Dados que se pode verificar facilmente nas redes sociais. Confira:

Faz 24 horas que João Doria tocou o berrante. Saiu em comitiva para governar o estado de São Paulo. Desde então, vem apanhando feito vaca na horta, como se diz no interior.

Aqui no Facebook já são dezessete mil e algumas centenas de comentários injuriados no seu post de anúncio da pré-candidatura. 17 mil raivosos e algumas centenas entre resignados e apoiadores. Pinóquio, traidor e trampolim são as palavras que se destacam.

Na imprensa, idem. Com um agravante: sem grande destaque. A manchete que se espera quando o prefeito da maior cidade do país diz que vai renunciar não aconteceu.

Mas tem algo pior que tanta animosidade: a falta de carinho.

Dos tucanos que o levaram ao diretório estadual para anunciar a candidatura, só dois publicaram apoio: o presidente do diretório municipal, vereador João Jorge, e o deputado estadual Celino Cardoso.

Aline Cardoso, que é vereadora e secretaria do Trabalho de Doria, aparece no vídeo do pai, Celino, gritando “João Trabalhador, o meu governador”. Na sua própria página, nem um pio.

Na página do vice Bruno Covas, demitido da secretaria das Regionais por Doria, mas que vai assumir a prefeitura inteira no dia sete de abril, a última manifestação é sobre o dia da mulher.

Outros dois articuladores do lançamento, como o deputado federal Ricardo Tripoli e o estadual Pedro Tobias, que também é presidente do diretório paulista, exibem respectivamente o anúncio da própria candidatura ao Senado e uma mensagem declarando que os tucanos estarão unidos em 2018 – sem menção a Doria.

Os deputados Macris, pai e filho, também ficaram no auê. O pai não se envolveu tanto. Mas o filho, que preside a Alesp e era tido como líder do projeto Doria governador, nas redes sociais desde ontem só falou de si.

Para quem arranjou um abaixo-assinado com 1800 assinaturas é pouco. Muito pouco.

Pode ser a velha pusilanimidade política. Receio de apanhar junto em ano eleitoral. Mas também pode ser que tenham botado João na fila do abate.

Motivo não falta. Política é fidelidade. Um bezerro, ainda que premiado, deve lembrar que para botar chifres nos outros, precisa tê-los antes. E se for atrevido a ponto de tentar botar chifre na testa do padrinho, vira vitela.

Para entrar na prévia cada tucano deverá desembolsar simbólicos 45 mil reais. Desconfiados, Floriano Pesaro e Zé Anibal podem declinar. Felipe D’Ávila só tem a ganhar persistindo, mesmo certo da derrota.

Apoio maciço para vencer a disputa interna não faltará ao João. Caso contrário não largará a prefeitura. Mas a eleição são outros quinhentos.

Amanhã falo desse ano que João passou no Edifício Matarazzo (14 meses menos os sessenta dias que passou viajando).

Por ora, ao amigo que não gosta de dormir, dedico esta canção do Dorival, baiano como seus ancestrais. Não, não é João Valentão, ainda que coubesse. É Acalanto. Ou Boi da Cara Preta. Para ninar.

Ocorre que o texto não é apócrifo coisíssima nenhuma, tem dono que não faz questão de se esconder: é o tucano Leo Coutinho, daqueles de pedigree, sobrinho-neto de Franco Montoro, que até outro dia repetia o slogan acelera pedindo votos para o gestor. No vídeo, está abraçado a Bruno Covas, outro tucano de pedigree, alguns quilos atrás:

 

 

 

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