Possibilidade de aliança entre Ciro e DEM ganha força

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O namoro entre Ciro Gomes e o DEM tem ganhado corpo. O partido, histórico aliado do PSDB e uma das principais forças da centro-direita brasileira, é citado pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, como um dos alvos para a formação de alianças da candidatura presidencial do ex-governador do Ceará. E o fato de PDT e DEM terem boa relação no Rio de Janeiro – terra de Lupi e de expoentes democratas, como Rodrigo Maia e Eduardo Paes – pode colaborar para a consolidação da parceria.

“Nosso projeto é nacional. Formamos os palanques regionais com muito cuidado, para evitar agressões e garantir que cada um siga seu caminho”, afirmou Lupi. O PDT lançou o deputado estadual Pedro Fernandes ao governo do Rio, mas um apoio à candidatura de Eduardo Paes (DEM) não está descartada. “No ponto de vista regional, estamos mais próximos do PDT do que do PSDB, por exemplo. E há proximidade entre Eduardo Paes e Carlos Lupi”, acrescentou o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ).

Impeachment
Uma eventual parceria entre o DEM e o PDT uniria partidos que habitualmente marcham em campos opostos da política. O PDT se apresenta como um partido de esquerda, tem em Leonel Brizola seu maior expoente histórico e foi crítico do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Já o DEM é visto como uma sigla de centro-direita, parceira história do PSDB e seus líderes apoiaram a saída de Dilma.

Lupi minimiza as diferenças históricas. “Aliança se faz justamente entre diferentes”, declarou. O ex-ministro acrescentou: “se fosse por isso, o PT podia não ter aliança com o PMDB em nenhum lugar do Brasil, e está alinhado em vários”. A opinião é endossada pelo deputado federal Efraim Filho (DEM-PB): “temos que olhar para a frente, com os planos para o Brasil. Nosso retrovisor está quebrado”, ironizou.

O PDT tem hoje 19 deputados federais e o DEM, 43. O tamanho da bancada determina o tempo de televisão de cada partido, o que é um atrativo significativo para o projeto de Ciro Gomes.