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Prisão é quebra de decoro parlamentar? Começa a discussão na Alerj
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O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se reúne na sexta-feira (23) para analisar um processo que pede a cassação de mandato dos dez deputados estaduais que foram presos no início do mês. A requisição foi protocolada pelo PSOL.

Os 10 deputados presos são André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (SD), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante), Marcos Vinícius (PTB), Marcelo Simão (PP), Paulo Melo (MDB), Edson Albertassi (MDB) e Jorge Picciani (MDB).

Todos foram citados na Operação Furna da Onça, deflagrada para apurar um esquema de pagamento de propinas a agentes públicos. Além desse caso, os três emedebistas da relação já haviam sido presos ano passado, por meio da Operação Cadeia Velha, lançada em novembro de 2017, que descobriu um sistema no qual deputados atuavam a favor de empreiteiras e empresas de ônibus na Alerj, e em troca recebiam recursos ilícitos.

A prisão, até então, não trouxe efeitos práticos aos mandatos dos parlamentares, que continuam ativos. A única implicação foi a de levar à troca na Presidência da Alerj – Picciani deixou o cargo, sendo substituído por André Ceciliano (PT).

Sucessão
A eleição para o comando da Alerj é o assunto que tem rivalizado com as prisões na atenção dos parlamentares. Até o momento, há três candidaturas lançadas: a do próprio Ceciliano e as de Márcio Pacheco (PSC) e Tia Ju (PRB).

Ceciliano tenta se posicionar como um articulador experiente e, mesmo sendo do PT, quer atrair apoio de siglas arquirrivais como PSDB e DEM. Já Pacheco tem como alicerces o fato de ser do partido do governador eleito Wilson Witzel e de ter conseguido a adesão do PSL, partido de Jair Bolsonaro, que terá a maior bancada na Alerj a partir de 2019.

Tia Ju apresenta como virtudes o fato de ser mulher – nunca houve uma presidente na história da Alerj – e de fugir tanto da esquerda representada pelo PT quanto da direita personificada pelo PSC. “O meu partido é um partido de centro, e eu sou de centro. Eu consigo dialogar com a direita, consigo dialogar bem com a esquerda, e a gente consegue caminhar bem com todos”, destacou.

A eleição está prevista para fevereiro, no início dos trabalhos da Alerj em 2019. O clima de competitividade em nada lembra o de 2017, quando o hoje preso (ainda que em regime domiciliar) Jorge Picciani venceu quase que de forma unânime.

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