PT 2018: uma campanha de condenados pela Justiça

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O PT ainda não decidiu quem é seu candidato à presidência da República. Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente que sancionou a Lei Ficha Limpa da forma como está hoje agora reclama que viola seus direitos e, por isso, quer ser candidato ainda que condenado. Seu vice, Fernando Haddad, continua em campanha e a população não entende bem se é cabeça de chapa, vice mesmo ou porta-voz.

“A gente sabe que o povo está sofrendo os efeitos de uma crise sem precedentes, de um governo ilegítimo que todos os dias contraria os interesses populares. As pessoas estão com a vida cada vez mais difícil, as notícias ruins se avolumam e o presidente Lula, a sua coligação e o seu plano de governo, no nosso entendimento, é o caminho para a saída dessa situação”, diz Fernando Haddad em vídeo que ele próprio divulga pela internet.

Enquanto o vice faz campanha para o candidato à presidência que já foi impedido pela Justiça brasileira porque está preso, outro condenado petista, este solto, faz campanha para deputado federal para um grande defensor de Lula, Wadih Damous, que não desfrutou da alegria de ser citado nominalmente pelo eterno presidente de honra do PT no momento solene de seu discurso na showmissa que antecedeu sua prisão.

Mas José Dirceu conhece bem a biografia do deputado e, ao que parece, os limites. Juntos, em filmagem feita pela equipe de campanha, falam sobre a tragédia que levou parte da história do Brasil: o incêndio no Museu Nacional. Acompanhe o diálogo:

(pergunta feita por quem está filmando): José Dirceu, o Brasil queima com o Museu? Qual a importância do Wadih Damous para retomar a democracia e vencer em outubro?

José Dirceu: O Wadih Damous não foi só um deputado que lutou contra o golpe, defendeu o mandato legítimo da nossa presidente e defendeu o Lula. Ele estava também presente votando contra o teto de gastos, contra os cortes. Cortes que levam a desastres, tragédias anunciadas como essa do nosso Museu Nacional. E o Arquivo Nacional, Wadih, está em perigo…

Wadih Damous: Também, viu?

O mais curioso do vídeo nem é o conteúdo, é a imagem. Ele é feito para a campanha de Wadih Damous que parece sempre desanimado, talvez pelo cansaço, pelo excesso de atividades. Estranhamente, não olha em nenhum momento para a câmera. Já José Dirceu, que poderia ter sido abatido pelo cárcere, não economiza nas palavras, olha direto no olho da câmera, bastante empolgado e não tem como esconder que passou pelo menos por um lifting – perdeu uns bons anos, verdade seja dita.

Se antes da Lava Jato os políticos temiam os processos após a campanha, agora temos condenados pedindo voto ou querendo o direito de governar um país. Novos tempos.