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Renovação? Por enquanto, só na marra
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As eleições de 2018 registrarão uma expressiva renovação. Muitas figuras que protagonizaram o jogo político nos anos anteriores não terão seu rosto estampado nas urnas eletrônicas em outubro. Mas essa renovação não será nada voluntária, e sim se dará porque muitos dos que disputaram em 2014 estão presos, com problemas com a justiça ou mesmo tiveram que repensar a vida depois de serem rejeitados pelo eleitorado.

Entre os que perderam a liberdade, destaque para o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, e para o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ambos disputaram o governo dos seus estados em 2014, perderam no voto e, em 2017, foram presos.

No grupo dos encrencados com a justiça estão dois que, em 2014, foram candidatos ao governo pelo PT: Agnelo Queiroz, que disputava a reeleição no Distrito Federal, e Delcidio do Amaral, que era senador pelo Mato Grosso do Sul e queria se tornar chefe do Executivo estadual. Os dois foram presos – e Delcidio se tornou um dos delatores mais bombásticos da Lava Jato -, posteriormente conseguiram a liberação mas não detêm mais os direitos políticos.

Já a lista dos que não encontraram o rumo político depois da derrota contém gente como o ex-senador Edson Lobão Filho (PMDB-MA). Ele foi derrotado por Flávio Dino (PCdoB) na disputa do governo do Maranhão em 2014 e, desde então, ficou sem mandato como titular – é suplente do pai, Edson Lobão, que anunciou que quer disputar a reeleição em 2018.

No caso de Pimenta da Veiga, que em 2014 foi o candidato do PSDB ao governo de Minas, o “sumiço” político mostra uma opção de retomar a trajetória de antes das eleições – ex-ministro e ex-prefeito, o tucano havia se retirado da vida pública por mais de 20 anos. “Naquela época, houve uma convocação do partido e ele deu ali uma cota de sacrifício de parar o projeto profissional e voltar para a vida pública, mas não penso que uma nova candidatura esteja na cabeça dele”, afirmou o deputado federal Domingos Sávio, que é presidente do PSDB em Minas Gerais.

Ainda há o caso de dois integrantes do PT que perderam as eleições em 2014, não devem disputar cargos majoritários agora mas parecem influentes no partido. Um deles é o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, que tentou a reeleição e acabou derrotado. Ele disse que não planeja mais voltar às urnas, retomou carreira de advogado mas ainda é ouvido dentro do PT. Já o ex-ministro Alexandre Padilha, terceiro colocado na disputa pelo governo de São Paulo em 2014, é vice-presidente do partido e frequentemente aparece como cotado para se candidatar a deputado federal em 2018.

Cabe destacar que, além dos exemplos estaduais, a mesma lógica da “renovação na marra” pode ser aplicada aos dois principais nomes da disputa presidencial de 2014, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). A petista foi ao fundo do poço com o impeachment, recebeu um prêmio de consolação quando teve seus direitos políticos mantidos mas não deve ter apoio do PT para se candidatar ao Senado nem em Minas Gerais, seu estado de origem, e nem no Rio Grande do Sul, onde tem domicílio eleitoral. Aécio, por outro lado, passou por uma queda abrupta de popularidade quando a delação da JBS veio a público em maio do ano passado – e o antes presidenciável também não deve ser considerado pelo PSDB como nome do partido para o Senado ou o governo mineiro.

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