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Saldo negativo no desemprego prejudica recuperação da economia e esbarra no caso Cristiane Brasil
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O Brasil mais demitiu do que contratou em 2017. No acumulado do ano todo, o saldo entre contratações e demissões foi negativo de 28 mil vagas. E no mês de dezembro, de mais de 328 mil negativos. As informações, elaboradas pelo Ministério do Trabalho, foram divulgadas em reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Apesar de ruim, é um número muito mais tranquilo do que os de 2015 e 2016. Naqueles dois anos, o saldo negativo foi superior a 1 milhão de vagas em cada um. Mas, ainda assim, acende uma luz amarela no governo. Afinal, muito se tem falado sobre uma possível recuperação da economia, com as taxas de juros num nível baixo e inflação dentro da meta, mas o emprego parece não seguir esse mesmo fluxo.

Além disso, em 2017 houve a aprovação da reforma trabalhista, que modificou as leis do trabalho com a promessa de que isso ampliaria as chances de contratação.

O professor de economia Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília, desvincula esses números da reforma trabalhista. Segundo ele, a reforma é o tipo de medida que causa efeitos no longo prazo. Ele também falou que essa redução expressiva no número negativo não pode ser comemorado como uma façanha do governo e também apontou que as perspectivas para 2018 não são muito animadoras.

“A nossa recessão foi muito prolongada e muito profunda. E esse ano de 2018 vai ser um ano em que a economia vai se arrastar um pouco. Ninguém tem muita certeza a respeito do futuro. O quadro eleitoral é bastante indefinido. Não espero grandes investimentos, até porque o governo vai ter mais dificuldade para aprovar determinados tipos de medida, como por exemplo inclusive as privatizações”, disse.

Além de implicações econômicas, os números trazem um importante componente político. Eles estão no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ainda não divulgado pelo Ministério do Trabalho, e obtidos pela Folha. Em outra reportagem, o jornal O Estado de S. Paulo revela que essa divulgação informal tem conexão com a confusão na nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. De acordo com o texto, o vazamento teria sido feito por gente do Palácio do Planalto como uma forma de mostrar números negativos do Ministério do Trabalho e assim enfraquecer o corpo técnico do ministério – sugerindo, então, que a pasta precisa de alguém de raiz política, como a deputada Cristiane Brasil.

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