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Senador Paulo Rocha ironiza no Twitter ataques a jornalistas e assessoria explica: ‘Jornal não participou do golpe?’

Senador Paulo Rocha (PT-PA) (Foto: Roque de Sá/Agência Senado) (Foto: )

O senador Paulo Rocha (PT-PA) parabenizou o jornal Correio Braziliense “pela participação no Golpe” ao comentar a notícia que relatava agressões sofridas por jornalistas em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Brasília na quinta-feira (5).

“Parabéns pela participação no Golpe”, escreveu Rocha no Twitter em resposta à notícia publicada na página do jornal. A postagem do senador exibia ainda uma foto com as capas de quinta-feira do Correio Braziliense e de outros três impressos de circulação nacional que noticiavam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que negou o habeas corpus preventivo ao ex-presidente Lula.

Procurado pela Gazeta do Povo, o gabinete do senador afirmou que “todos os jornais, desde a Rede Globo até o fim do mundo, estão apoiando a prisão de Lula” e que as capas exibidas na foto são “emblemáticas”. O gabinete completou: “Ninguém questionou a resposta do Alckmin quando disse que Lula está colhendo o que plantou”, em menção à declaração do governador Geraldo Alckmin à Folha de S.Paulo em 27 de março (disponível aqui).

O assessor, que pediu para não ser identificado, declarou ainda que o senador não estava na sede da CUT no momento da agressão e que o Correio Braziliense nem sequer noticiou os tiros disparados contra a caravana de Lula no Paraná. A notícia “Ônibus da Caravana de Lula no Sul do país é atingida por tiros” foi publicada pelo jornal em 27 de março (disponível aqui).

Questionado se poderia responder oficialmente à reportagem, o assessor afirmou: “A posição é esta: a resposta não foi incitação a violência, a resposta não foi incitação a nada. A absolutamente nada. O senador nem é afeito à questão da violência. A reposta foi ao Correio Braziliense [e não ao jornalista]. O jornal não participou do golpe?”

A Gazeta do Povo reiterou o pedido para conversar com Paulo Rocha, mas o gabinete afirmou que o parlamentar estava em voo e não atenderia aos questionamentos da reportagem.

Ataques à imprensa

Segundo o Correio Braziliense, uma repórter, uma fotógrafa e um motorista do jornal foram atacados por ao menos 30 manifestantes que estavam em frente à sede da CUT-DF na quinta-feira (5). O vidro do carro onde os profissionais estavam foi quebrado.

Em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram as agressões feitas a jornalistas que trabalham na cobertura dos eventos relacionados ao decreto de prisão de Lula. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que “a violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto”.

Além do Correio Braziliense, profissionais do SBT, da Agência Reuters, da Agência Estado e da TV Band também relataram agressões em Brasília e em São Paulo.

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