A onda de renovação que marcou o primeiro turno das eleições de 2018 também se registrou na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo. Das 94 vagas na casa, 52 serão ocupadas por novos deputados no ano que vem. O fato de apenas 42 entre os 72 deputados que tentaram a reeleição conseguirem renovar o mandato reforça o tamanho da mudança.
Entre os derrotados, veteranos que estavam na busca de ampliar a já múltipla relação de mandatos, como Aldo Demarchi (DEM), que almejava o posto pela sétima vez consecutiva, os petistas Beth Sahão e Carlos Neder, ambos já detentores de quatro mandatos, e João Caramez (PSB), que tentava o sexto mandato.
Vaz de Lima (PSDB) é um dos experientes que perderam a eleição. Ele tentava um segundo mandato consecutivo, que seria o seu sexto na Assembleia – de 1995 até os dias atuais, o tucano só não esteve no Legislativo paulista entre 2011 e 2015, quando foi deputado federal. Em sua opinião, a derrota dos grandes partidos em São Paulo foi apenas um reflexo do que se viu no restante do país.
“O que aconteceu foi um verdadeiro tsunami. Um recado claro da população, que queria ‘votar 17’ de cabo a rabo. Deu no que deu”, disse.
O número 17 citado por Vaz de Lima é o do PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro. Que liderou a contagem de votos no primeiro turno inclusive em São Paulo, terra de Geraldo Alckmin (PSDB), que almejava ser soberano em seu estado natal – e onde sempre teve vida confortável nas eleições estaduais.
O PSL de Bolsonaro, que não tinha nenhuma cadeira na Assembleia Legislativa paulista, passará a ser a maior bancada a partir de 2019. A legenda elegeu 17 deputados. O PT, com 10, será o segundo maior partido. Já o PSDB, tradicionalmente hegemônico no parlamento de São Paulo, viu seu número de deputados despencar de 19 para oito.
Caras novas
Além do PSL, quem teve motivos para celebrar a eleição em São Paulo foi o Partido Novo. A legenda, que disputou em 2018 sua primeira eleição nas esferas federal e estadual, elegeu quatro deputados em São Paulo.
Um deles, Daniel José, disse que o resultado das urnas deve levar a uma nova configuração de poder dentro da Assembleia. “A maneira como a Alesp trabalha vai mudar. E isso também pode ser um sinal para que mudem certas práticas da Alesp, também mude toda a forma de trabalho que os deputados realizam”, destacou.
Com os quatro deputados, o Novo – assim como o PSOL, que elegeu o mesmo número de parlamentares – terá na Assembleia de São Paulo uma bancada superior à do gigante MDB, que conquistou apenas três cadeiras.
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