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The Economist: xingada ou celebrada dependendo do político brasileiro que critica
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A revista inglesa The Economist publicou nesta quinta-feira (20) uma reportagem crítica ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) – o que, como esperado, motivou ataques dos bolsonaristas e elogios dos opositores ao atual líder nas pesquisas para o Palácio do Planalto.

O texto chama Bolsonaro de “ameaça à América Latina” e diz que ele seria um presidente “desastroso” para o país. A The Economist compara o candidato do PSL a Augusto Pinochet, que foi ditador do Chile por mais de 10 anos. O chileno, destaca a revista, embora tenha adotado um receituário liberal para a economia, conduziu um regime responsável por torturas e assassinatos. A matéria ainda menciona Venezuela e Nicarágua como “exemplos” de como as ditaduras fazem mal ao continente.

A matéria crítica ao principal adversário de Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial foi celebrada por petistas e apoiadores do partido. A candidata a vice-presidente Manuela D’Ávila (PCdoB) escreveu que a revista “afirma o óbvio” ao dizer que Bolsonaro não teria condições de governar. Parlamentares petistas como Paulo Teixeira (SP), Humberto Costa (PE) e Lindbergh Farias (RJ) também mencionaram a publicação em suas redes sociais.

A postura dos líderes do PT contrasta com outras manifestações do partido sobre a revista – que declarou apoio a Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial em 2014 e ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O site oficial do PT publicou, em 2014, um texto que chamava a revista de “porta-voz do neoliberalismo”. Ainda antes disso, em 2012, quando estava na Presidência da República, Dilma disse que “de maneira alguma” iria considerar a sugestão da revista, que pedira a demissão do então ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Apesar do tom raivoso nos tempos de crise, a The Economist chegou a ser celebrada por petistas em ocasiões anteriores, quando destacou que o Brasil rumava para se tornar uma das maiores economias do mundo e a Petrobras tinha seu desempenho elogiado mundialmente.

Entre os apoiadores de Bolsonaro, a The Economist chegou a ser chamada de “The Communist”, numa alusão a um suposto viés esquerdista da publicação. O ex-deputado Paulo Martins (PSC), que é candidato a uma vaga na Câmara pelo Paraná, disse estranhar que a revista considere Bolsonaro uma ameaça e não Fernando Haddad ou Ciro Gomes (PDT), que “manda prender jornalistas”.

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