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O presidente do ETCO, Edson Vismona, em entrevista a Alexandre Borges
O presidente do ETCO, Edson Vismona, em entrevista a Alexandre Borges| Foto: Divulgação

Por Guilherme Macalossi

Um dos desafios no combate ao crime é saber quais são suas fontes de financiamento e como cortá-las. Tentando entender como se dá essa mecânica da ilegalidade e as formas de se atuar contra ela, o “Imprensa Livre” conversou com o advogado Edson Vismona, que foi secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São e hoje atua no Conselho Nacional de Combate à Pirataria, além de ser presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO).

Questionado por Alexandre Borges sobre o impacto que o mercado ilegal tem na vida dos brasileiros, Vismona responde com números assustadores:

“Nós estamos falando em mais de R$ 193 bilhões que são perdidos com o mercado ilícito. Aí eu falo do contrabando, da pirataria, da falsificação, das fraudes cometidas, por exemplo, dos combustíveis. Então é um mercado ilícito em crescimento constante”, disse.

O valor é relativo apenas ao ano de 2018. O Fórum Nacional Contra Pirataria, presidido por Vismona, já realiza estudos desse tipo desde 2014, catalogando os prejuízos acumulados para os setores produtivos que empregam e pagam impostos.

“O mercado ilegal ocupa o espaço do mercado legal em prejuízo do consumidor, em prejuízo do erário, em prejuízo da concorrência legal e alimenta e financia o crime organizado”, assevera Vismona, que alerta para como isso se encaixa no contexto da segurança pública:

“O crime organizado, cada vez mais organizado, se utiliza do mercado ilegal para se financiar. São bilhões de reais que nós estamos entregando para a criminalidade.”

Vismona também faz um alerta para a sociedade, que acaba consumindo muitos produtos oferecidos por esse mercado:

“Nós não podemos compactuar com isso. Nós reclamamos da violência. Nós reclamamos da corrupção. Nós não podemos financiar essa mesma violência, essa mesma corrupção. Então, se você quer combater, não financia. Follow the money. Siga o dinheiro. O dinheiro, no final, não fica para o camelô, não fica para aquele que está na ponta vendendo, vai para estruturas criminosas que utilizam esses recursos para financiar a compra de armas, de munição, tráfico de drogas, de pessoas, se utilizando de trabalho escravo. Ou seja: tudo o que há de perverso nós estamos financiando comprando produto ilegal, especialmente o contrabando.”

Acompanhe a íntegra da entrevista com Edson Vismona e saiba mais sobre o tamanho da economia subterrânea no Brasil, os tipos diferentes de mercado informal e o impacto dele na capacidade do país de atrair investimentos.

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