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Milton Ribeiro
Ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu exoneração do cargo após denúncias de corrupção no MEC| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, reuniu todo mundo nesta segunda-feira (28) para anunciar que vai renunciar ao mandato para permanecer no PSDB. Mas ele não precisaria renunciar ao mandato para permanecer no PSDB. A menos que pretenda ser candidato à presidência da República nas eleições de outubro.

Leite parece ter atendido aos apelos de uma carta assinada pelos grandes próceres do partido. Assinaram o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e ex-presidentes, como José Serra, Tasso Jereissati, Aécio Neves, Pimenta da Veiga, Teotônio Vilela Filho, ou seja, todas as grandes figuras do partido assinaram. Eu acredito que apenas Fernando Henrique Cardoso não assinou porque tinha sofrido uma queda em casa e estava sendo operado do fêmur.

Mas eu li a carta e ela estava claramente dizendo: queremos que você seja candidato a presidente da República, ou seja, nas entrelinhas era como se dissessem não nos interessam as prévias vencidas por João Doria. "Estamos aqui para chamá-lo para uma missão necessária para o país. Estaremos juntos", escreveram, já na esperança de que ele aceitasse a missão e ele aceitou.

A permanência de Eduardo Leite no PSDB significa não se transferir para o PSD de Gilberto Kassab, que estava desesperado atrás dele em busca de um candidato para a chamada terceira via, já que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é roda presa mesmo. Ele não levanta do chão e nem da cadeira do Senado, onde está sentado sobre pedidos de impeachment de ministros do Supremo.

Mas aí vocês vão dizer: como fica João Doria, que fez uma prévia e ganhou, dentro das condições do partido? Só que esse tipo de coisa é da natureza dos tucanos, nós sempre vimos candidaturas queimadas por eles ao longo de todas as eleições. Como um escorpião, eles dirão: "mas é da nossa natureza".

Milton Ribeiro pede exoneração

Foi uma pena a saída do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Eu o conheço pessoalmente, é pastor e da minha inteira confiança. Bolsonaro disse que punha a cara no fogo por ele e eu concordo.

Li a carta de despedida de Ribeiro. Ele realmente tem razão no que escreveu. Explica na carta que tomou todas as providências quando recebeu as denúncias de malfeitos praticados por dois pastores. Encaminhou o caso à Controladoria-Geral da União, que apurou, viu que tinha irregularidades, mas que não envolvia funcionário público. Então o caso foi para a Polícia Federal, onde está sendo investigado.

E qual foi o erro dele? Acho que foi a ingenuidade. Ele é novo, não é da política. Estou aqui há 46 anos e já sei identificar aquela figura viscosa que ronda o poder, que vai se chegando nas autoridades e se mostrando útil, pau para toda obra, ajudando aqui e ali, dando conselhos. Nos bastidores, ele se apresenta para os outros como um abridor de portas e aí pode cobrar, como foi no caso desses pastores, até em ouro, segundo as denúncias.

E o ministro entrou de graça nisso, de ingênuo. Acabou pagando caro por acreditar nesses pastores que estavam vendendo influência, embora não fizessem parte do governo. Esse tipo de gente é muito perigosa. Eles não têm princípio de honra, são viscosos, e precisam ser evitados a todo custo.

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