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Detalhe da estátua da deusa Têmis, diante do prédio do STF, em Brasília.
Detalhe da estátua da deusa Têmis, diante do prédio do STF, em Brasília.| Foto: Gervásio Baptista/SCO/STF

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, vai se encontrar de novo com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, na semana que vem. Nesta semana, eles tiveram um encontro de uma hora de conversa. É o ministro da Defesa tentando contribuir com mais transparência e, sobretudo, com mais segurança em relação ao processo eleitoral, para evitar preocupações, desconfianças e dar mais certeza ao eleitor de que seu voto está realmente sendo contado. E o presidente Bolsonaro, não sei se vocês notaram, já faz mais de duas semanas que não fala desse assunto, já que o caso está nas mãos de um integrante de seu governo.

Tem gente querendo ser a versão brasileira da Stasi alemã-oriental

Queria lamentar o denuncismo que está vigorando neste país. Vocês lembram do lockdown, da pandemia? Era repórter na rua denunciando pessoas que estavam sentadas à beira do mar, olhando a paisagem, “olha, não está trancado em casa!” Pois é, incrível. Eu lembro que, nos tempos do AI-5, as pessoas chamavam os que entregavam alguém contrário ao governo de “dedo-duro”. Pois é o que está acontecendo agora: há quem quebre a privacidade prevista na Constituição para denunciar conversas entre empresários, meras opiniões. São empresários que não têm a menor condição de derrubar governo ou de dar golpe, mas são tratados como se estivesse pronta uma revolução, ficou uma coisa ridícula.

E foram juristas que os denunciaram ao Supremo! Juristas de um grupo político que subordina o ideal do Direito e da justiça aos seus fanatismos políticos. Esses juristas sabem muito bem que esses empresários não têm foro privilegiado para ir direto ao STF; isso é coisa para boletim de ocorrência na delegacia, ou para procurar o Ministério Público. Tudo bem que houve deputados do PT que também denunciaram, mas aí é política. Agora, um jurista, que sabe muito bem que não existe crime de opinião nesse país? Que feio, que humilhante. São coisas como as que o Daniel Ortega está fazendo na Nicarágua contra a Igreja Católica.

Essa notícia-crime implica em quebra de sigilo, quebra de privacidade, apreensão de celular, notebook, banimento de redes sociais... eu não vou nem alegar que se trata de gente que está construindo, dando emprego, pagando impostos. Vamos esquecer isso, vamos considerar apenas que são simples cidadãos brasileiros que têm todo o direito de opinar, pois não existe crime de opinião. Isso é coisa de quando vigorava o AI-5; crime de opinião e denuncismo são coisas da Alemanha Oriental, que tinha a Stasi e os comissários de quarteirão, que relatavam quando alguém estava falando mal do governo no seu apartamento. É muito feio isso.

Apoiador de Lula é cassado por irregularidade na campanha

Um dos grandes apoiadores do candidato Lula, que já foi ministro da Agricultura do governo petista, Neri Geller, teve seu mandato de deputado federal cassado pela Justiça Eleitoral por uso ilegal de dinheiro na campanha de 2018. Ele era candidato ao Senado por Mato Grosso, e agora fica inelegível por oito anos.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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