
Alexandre de Moraes mandou Daniel Silveira para casa. Está usando tornozeleira, se recuperando de uma cirurgia no joelho. Mas ele continua impedido de frequentar as redes sociais, de ter a voz digital que todos temos, a nova voz da democracia, frequentar redes sociais. Silveira foi condenado à prisão simplesmente porque o STF passou por cima do artigo 53 da Constituição, que diz que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer palavras. Disseram que ele fez ameaças e injúrias ao Supremo. Foi tudo de boca. Alegaram “ameaça ao Estado Democrático de Direito”. Pois o Estado Democrático de Direito existe quando a Constituição é cumprida, não quando ela é ignorada.
Silveira foi condenado a oito anos e nove meses; já passou a metade desse tempo preso – ultimamente, estava em uma prisão agrícola em Magé (RJ) –, e ainda pagou uma multa de R$ 271 mil. Em 2018, quando se candidatou a deputado federal, ele teve 31 mil votos. Quatro anos depois, candidato a senador (mas inelegível), teve 1,5 milhão de votos! Ou seja, toda aquela celeuma em torno dele rendeu-lhe votos, com 1,5 milhão de fluminenses o escolhendo para representá-los, e também para protegê-lo.
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Fachin assume presidência do Supremo
O ministro Edson Fachin, tendo como vice Alexandre de Moraes, tomou posse como presidente do STF nesta segunda-feira, com a presença de todos os chefes de poderes: o presidente da República com seu vice, o presidente da Câmara, o presidente do Senado e o procurador-geral da República. No meu artigo desta semana, tratarei do protagonismo do Supremo, que despertou neste milênio, exatamente o oposto do que era no século passado.
Derrite será novo relator de projeto que classifica facções criminosas como terroristas
O projeto que inclui facções criminosas, como o PCC e Comando Vermelho, na Lei Antiterrorismo é de autoria do deputado Danilo Forte; parece que Alexandre Ramagem também teve uma participação nessa redação. O relator era o deputado Nikolas Ferreira, mas ele está abrindo mão da relatoria para dar lugar a Guilherme Derrite, que é deputado federal, mas está licenciado para ser secretário de Segurança de São Paulo; suponho que ele deva sair temporariamente da secretaria para fazer esse relatório. Desde maio o projeto está em regime de urgência na Câmara dos Deputados. Ele é fundamental até mesmo como forma de chamar a atenção de Donald Trump, que está empenhado em combater o narcotráfico.
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Lula inventou o autoritarismo medroso
Lula discursou em um congresso de mulheres, nesta segunda-feira. O evento se chama “Mais democracia, mais igualdade e mais conquistas para todas”. Desde 1995, quando assumiu Fernando Henrique Cardoso, que se confessou um sociólogo marxista, a esquerda já passou 26 anos no poder, mas as mulheres não estão satisfeitas com o que a esquerda fez nesse tempo todo. No discurso, Lula disse que o autoritarismo teme as mulheres. E eu fico pensando: se o autoritarismo, então, é coisa de homens que têm medo de mulheres, que tipo de autoritarismo é esse?
Crime prospera no Brasil porque tem o apoio de intelectuais e juízes
Um tempo atrás, a Gazeta do Povo contou a história de um homem que foi preso assaltando uma farmácia no Rio. Ele tinha 86 registros de furto, porte ilegal de arma, lesão corporal e ameaça. Tudo isso com apenas 20 anos. E, mesmo com toda essa ficha, o juiz negou a prisão preventiva dele, dizendo que não se podia prever que ele continuaria assaltando, porque no direito não existe futurologia. Existe, sim: basta olhar as decisões do Supremo, em que a pessoa não fez nada, mas é presa para evitar que faça alguma coisa lá no futuro. Pois esse juiz que liberou o assaltante é marido da filósofa petista Márcia Tiburi, que faz a apologia do assalto, minimiza o assaltante, como se isso fosse um trabalho como qualquer outro – vai saber se esse é um dos homens de Lula falou, que têm medo de mulher... São essas coisas que estimulam o crime no Brasil. A criminalidade aumenta porque é estimulada por esses pensadores, que se autodenominam “intelectuais”.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




