
A decisão de Alexandre de Moraes, com cautelares restringindo Jair Bolsonaro, parece que saiu pela culatra. Até o jornal O Globo fez um editorial criticando Moraes. Um ex-presidente do Supremo, aposentado, não aguentou e botou a boca no mundo, dizendo que isso desgasta o próprio Supremo, e que Moraes deveria estar num divã de psicanalista.
O voto de Luiz Fux foi simples, objetivo, claro, transparente, derrubando um por um os argumentos de Moraes. Ficou mal até para Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin, os três que acompanharam o voto do relator Moraes. Isso sem contar o problema inicial: o tribunal natural para esse julgamento não é o Supremo, mas a primeira instância, assim como foi para Lula. Ele também era ex-presidente, e foi julgado na 13.ª Vara Federal de Curitiba. Teve oportunidade de recorrer em todas as demais instâncias: o Tribunal Regional Federal em Porto Alegre, o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo. Com Lula, respeitou-se o juiz natural e o devido processo legal. Com Bolsonaro, não. Isso está ficando cada vez mais claro e transparente. Até as pessoas que estavam apoiando essa perseguição calaram, porque sentiram que o STF está indo muito além dos limites.
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Polícia vai a aldeia indígena e acha fuzil em vez de arco e flecha
As polícias Federal, Civil, Militar e a Guarda Nacional, estiveram no sul da Bahia; foram à aldeia indígena Xandó, no distrito de Caraíva, município de Porto Seguro, usando cerca de dez viaturas e até helicóptero para uma batida. Não acharam nem arco nem flecha; acharam dois fuzis, não sei se .762 ou .556, além de um rifle .22, muitos carregadores municiados, cocaína, maconha. Os bandidos resistiram; dois foram baleados, levados para o hospital e presos; outros três também foram presos, somando cinco no total. Dizem que era uma facção de traficantes de drogas que se abrigava em nessa aldeia indígena no sul da Bahia.
Suplente de Alcolumbre é alvo de operação policial
Uma outra operação, a Route 156, teve diligências no Amapá, no Amazonas, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul. O principal alvo é um empreiteiro chamado Breno Chaves Pinto, ninguém menos que o segundo suplente do presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre. A operação investiga desvios de R$ 60 milhões no Dnit do Amapá, por fraudes em quatro licitações de obras na BR-156. Em Minas Gerais, encontraram três Porsche em uma garagem. Com todo esse dinheiro fica fácil.
Isso serve para pensarmos, como vi a Dora Kramer falando, na escolha dos suplentes de senadores. Suplente não tem voto algum, o eleitor nem sabe quem é. O nome até aparece na publicidade eleitoral, mas o eleitor está fixado no candidato a senador, que é escolhido por sistema majoritário, não proporcional. Mas, se o senador ficar doente, se morrer, assume o suplente. E normalmente os suplentes são escolhidos por serem parentes, muito amigos, ou financiadores de campanha. Digo isso para que nós, os eleitores – que também somos patrões, já que todo poder emana do povo –, fiquemos atentos a isso.
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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




