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Lula não aprendeu com os erros do passado e agora vai repeti-los
| Foto: EFE/Joédson Alves

A equipe de transição do novo governo começou muito animada com a vitória na eleição, pensando que ia tratorar sobre o Congresso essa mudança na Constituição para arrombar o teto de gastos, a regra de ouro do equilíbrio das contas públicas que evita a inflação, esse mal que destrói o dinheiro no bolso do povo. Mas felizmente estão percebendo que não vai ser fácil. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deu sua palavra a Lula de que ia ajudar, e o presidente da Câmara também deu, mas ele está indo para a Copa.

A enorme lista de retrocessos que Lula pode promover

Lula será o mais idoso presidente do Brasil, com quase 80 anos – hoje tem 77 – e com vários problemas de saúde. Mas parece que a idade não lhe deu a percepção dos erros cometidos no passado, como disse a economista Elena Landau. E quem não aprendeu com os erros os repete. Na Gazeta do Povo, Paulo Uebel, que já foi o secretário de Desburocratização de Paulo Guedes, escreveu elencando os erros que podem ser repetidos. O primeiro, contra a liberdade de expressão, regulando o noticiário da imprensa. Depois, vai trazer de novo a arrecadação para os sindicatos e centrais sindicais; alterar leis trabalhistas, inclusive a lei que permite o acordo entre patrão e empregado, incluindo os autônomos, o pessoal que trabalha no Uber, no iFood; o BNDES pode voltar a dar dinheiro para ditador; o partido vai colocar a mão nas estatais; privatizações e desestatizações serão suspensas; e talvez mudem todos aqueles marcos legais, liberdade econômica, telecomunicações e saneamento, governança digital, Lei das Falências, internet das coisas, assinatura digital, autonomia do Banco Central, a lei básica de gás, compras públicas, startups, o ambiente de negócios, da propriedade industrial, ferrovias, cabotagem, cartórios, garantias, securitização, todos os avanços que aconteceram estão sob risco.

Há uma tremenda preocupação por causa disso; o real está se desvalorizando em relação ao dólar, enquanto as moedas do Paraguai, do Peru, da África do Sul, do México estão se valorizando. As ações, que são uma fração do capital das empresas brasileiras, estão perdendo valor, enquanto ganham valor na China, no México e na Índia. O que é isso? É a desconfiança. Não sai o nome do próximo ministro da Fazenda, fala-se em Fernando Haddad, mas ele próprio disse que teve só dois meses de aula de Economia; deve ser o bode que estão colocando na sala para depois indicar outro.

Urnas antigas, não auditáveis, são alvo de recurso do PL

O outro assunto de hoje é o recurso do PL na Justiça Eleitoral, alegando que as urnas antigas, as que não são de 2020, não se conseguem auditar e não se consegue ter certeza do resultado. Nessas urnas antigas, que são mais ou menos metade do total, Lula ganhou por pouco. Nas urnas de 2020, por sua vez, Bolsonaro ganhou. Então, o recurso é para ver se isso pode ser desvendado. Se os oito do Supremo tivessem baixado a cabeça para os 418 congressistas que aprovaram o comprovante impresso do voto, agora não haveria nenhum problema. Mas o Supremo achou que tinha de se impor aos representantes do povo que têm voto. E agora ficamos todos com essa dúvida no ar por causa disso.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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