Alvo de um processo de impeachment, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, tem 75% de aprovação popular. Já o Congresso peruano, que o condenou, é reprovado por 59% do povo. Isso é um ingrediente de desestabilização política.
Não estou desejando nada, mas o Congresso está indo contra a maioria do país. O presidente foi afastado acusado de receber propina quando era governador de um estado, em 2014. Vizcarra nega as acusações.
Se fosse aqui no Brasil isso não aconteceria porque a Constituição, no artigo 86, parágrafo 4º, afirma que o “presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”.
Ou seja, se o presidente da República cometeu algum crime antes do mandato, ele só pode ser julgado quando sair do cargo. Durante o período presidencial não é possível, pois não se trata de um ato ligado ao mandato dele.
Raupp condenado no Supremo
A Segunda Turma do STF condenou o ex-governador de Rondônia, ex-líder do MDB e atual senador Valdir Raupp por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. A pena é de sete anos e seis meses de prisão. Segundo a denúncia do Ministério Público, ele recebeu propina de R$ 500 mil da empreiteira Queiroz Galvão.
O senador foi condenado ainda a pagar 225 salário mínimos, como reparação por danos materiais e morais, e está impedido de exercer função pública nos próximos 15 anos.
Comoção política à toa
Em uma decisão responsável e técnica, a Anvisa interrompeu os testes com a vacina Coronavac no Brasil. O motivo foi a morte de um dos voluntários brasileiros, um “evento adverso grave”, segundo a agência.
Ao longo do dia, aventou-se a hipótese de que a causa da morte foi suicídio. Mas é preciso investigar se há possibilidade de um dos efeitos colaterais da vacina ser profunda depressão, por exemplo.
Se depois de analisadas todas as alternativas for comprovado que a vacina não causou a morte do voluntário, os testes podem continuar. Mas qualquer órgão sério vai investigar todas as possibilidades.
A paralisação dos testes causou comoção política, por causa das desavenças entre Jair Bolsonaro e João Doria. Mas não é possível dizer que a decisão de interromper temporariamente os testes é política, muito menos que foi causada pela briga entre o presidente e o governador de São Paulo.
Pesquisas erram nos EUA
Levantamento do PoderData sobre as eleições americanas aponta que os erros das pesquisas eleitorais são superiores a 10 pontos percentuais em um quarto dos estados dos EUA. Essa margem é muito grande.
Não estou dizendo que esses erros são intencionais, já que a população tem a tendência de votar em quem está ganhando. Mas esse é mais um dos fatos estranhos das eleições nos Estados Unidos.
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