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Jair Bolsonaro e Sergio Moro durante a reunião ministerial de 22 de abril.
Jair Bolsonaro e Sergio Moro durante a reunião ministerial de 22 de abril.| Foto: Marcos Correa/Presidência da República

Eu escutei o depoimento de uma pediatra que se formou há 50 anos sobre todas as epidemias que ela passou. Inclusive sarampo, meningite e outras doenças graves que atingiram crianças.

Segundo a pediatra, nunca houve um movimento como agora nos meios de informação e que isso está assustando as pessoas. Ela disse que isso é muito grave porque o pânico e o medo diminuem a imunidade. A pessoa com medo fica propensa a viroses.

Ela continuou dizendo que as pessoas ligam a televisão e veem imagens de caixão, cadáveres, pessoas morrendo e covas; e que isso está sendo terrível para a imunidade da população. Ela pediu para que as pessoas não vejam isso.

Mudando de assunto

O grande assunto do fim de semana foi a divulgação da reunião ministerial do dia 22 de abril, que acabou promovendo o presidente e deixando em má situação o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O vídeo enfraqueceu o ex-juiz em uma provável candidatura à presidência da República.

Viu-se, na reunião, um ministro constrangido recebendo “pitos” do presidente e lições até da ministra Damares. Ela disse que vai defender os direitos humanos das pessoas que têm sido agredidas, algemadas e jogadas no chão por milícias de prefeitos e governadores. Também falou que vai processar esses se atentarem contra os direitos humanos.

Bolsonaro reclamou também da falta de posicionamento do Ministério da Justiça em relação a essa situação. O presidente fez isso olhando para Moro. O ex-juiz não tinha outra saída a não ser deixar o Ministério. Ele deve ter ficado com o orgulho e vaidade muito feridos e teve razão em sair, imagina o constrangimento.

A reunião era fechada e não deveria ter se tornado pública, mas mesmo assim a divulgação foi boa para o presidente. O eleitor de Bolsonaro estava sendo sonegado de manifestações positivas como essa, porque só é mostrado o que julgam ser negativo.

Agora foram obrigados a mostrar. E todo mundo viu como presidente age dentro do seu governo. Ele cobra, é enérgico, reafirma suas posições, fala de suas promessas de campanha, faz exigências a todos os ministérios. Isso foi muito positivo.

E tem mais. Agora ninguém pode acusá-lo de palanqueiro ou demagogo porque tudo que ele disse na reunião não era para ser publicado, portanto, não era para “se exibir” para o eleitorado e nem para o povo.

O tiro saiu pela culatra

A decisão de divulgar a reunião foi do ministro Celso de Mello, que acabou sendo objeto de piada. Disseram que, assim que o ministro se aposentar do STF, ele vai assumir a Secretaria de Imprensa e Comunicação da Presidência da República.

A outra piada boa que fizeram é que a Justiça Eleitoral deveria suspender a publicação do vídeo da reunião ministerial por ser propaganda eleitoral antecipada. O resultado foi que, ao contrário do que pensavam, a divulgação não foi um grande escândalo.

Parece que Celso de Mello vem de uma sucessão de provocações. A primeira foi colocar ministros generais para depor. A segunda foi sugerir, a pedido de um partido político, a quebra do sigilo telefônico do presidente. E agora ele divulga uma reunião que era para ter sido fechada.

Os palavrões do presidente não são surpresa para ninguém. Mas, contando os presidentes dos últimos 40 anos, o único que não pronunciava palavrões nas reuniões com ministros era José Sarney, que é integrante da Academia Brasileira de Letras. Talvez seja por isso que ele não utilizava esse tipo de vocabulário. Ele era muito litúrgico ao cargo. Todos os demais pronunciavam palavrões durante essas reuniões.

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