
Há uma discussão muito grande sobre o aumento do número de deputados, de 513 para 531. O Senado aprovou um projeto de lei que já tinha passado pela Câmara, em resposta a uma decisão do Supremo que deu um prazo de 30 de junho para a Câmara cumprir a Constituição, segundo a qual o número de deputados tem de ser proporcional à população dos estados, com base no censo de 2022. Nós teremos, já no ano que vem, de eleger 531 deputados, além de dois terços dos 81 senadores.
Por que tantos deputados? Eu fiz uma continha aqui: nós temos 395 mil brasileiros para um deputado. Nos Estados Unidos, um deputado representa 782 mil americanos. A Câmara de Representantes norte-americana tem 435 deputados para uma população de 340 milhões; nós somos 210 milhões e teremos 531 deputados. E tudo isso tem consequência também nas assembleias legislativas, que serão acrescidas de 30 deputados estaduais. Tudo bancado pelo pagador de impostos.
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Quando Oscar Niemeyer construiu o plenário da Câmara, ele planejou um espaço para 326 cadeiras. Agora são 513. Já diminuíram o corredor do meio e os espaços nas laterais para caber mais cadeiras. Quero ver como vão ajeitar aquilo. Será que vão arrumar cadeiras de dois andares?
DataPrev e Ministério da Gestão também têm culpa no escândalo do INSS
A Folha de S.Paulo publicou, no dia 24, uma coluna questionando por que a DataPrev e o Ministério da Gestão, ao qual a DataPrev está subordinada, não estão sendo cobrados pelo caso das fraudes no INSS. O colunista lembrou que a DataPrev é talvez mais responsável que as duas autoridades que caíram por causa do escândalo, o presidente do INSS e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, porque todo o controle desses dados passa pela DataPrev, mas ninguém controlou se os pobres idosos descontados tinham autorizado esses descontos; no máximo, conferiam se a pessoa estava viva e se o contracheque dela comportava o desconto. E, como diz o colunista, a DataPrev, pertencendo à pasta da ministra Esther Dweck, tem autonomia, não tem de obedecer a ordens do INSS dizendo para fazer ou não fazer determinado controle. É bom lembrar que o governo Bolsonaro pretendia instituir regras mais rígidas, mas elas foram enfraquecidas com votos daqueles que queriam favorecer a área sindical, beneficiada com esses descontos.
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Os números dos homicídios que ninguém comenta
Falam tanto sobre homicídios no Brasil, e tenho aqui os dados de 2024 da capital da República. A maioria das vítimas, 88%, era de homens; só 12% eram mulheres. Mas a cobertura dos jornais não mostra isso. Armas de fogo foram usadas em 41% dos homicídios; os outros foram cometidos com facas, paus, pedras, barras de ferro. Por fim, o motivo: em 50% dos casos, tirar uma vida para roubar um celular.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




