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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Queimadas

Governo Lula acumula recordes de desastres na Amazônia

Queimadas na Amazônia voltam a bater recorde em fevereiro.
Queimadas na Amazônia voltam a bater recorde em fevereiro. (Foto: Agência EFE/Raphael Alves)

Recorde de queimadas para um mês de fevereiro desde que começaram os registros: 4.118 incêndios. Não sei por que o noticiário chama de “focos de incêndio”; “foco de incêndio” é quando o incêndio começa, você apaga com o pé e não tem mais incêndio. Aquilo que é “foco”, não sei de onde é que surgiu essa ideia. O fato é que são 4.118 queimadas; o maior número anterior para fevereiro era de 2016, com 3.238 queimadas. O atual governo está conseguindo recordes na Amazônia. É o caso das mortes de yanomamis: no último ano do governo Bolsonaro, foram 343; no primeiro ano de Lula, 363 mortes. Parece que alguma coisa não está dando certo.

Ainda não desistiram de pegar Bolsonaro no caso da baleia

Jair Bolsonaro esteve terça-feira na Polícia Federal, em São Paulo, para depor sobre o episódio de importunação a uma baleia jubarte em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Ele estava de jet ski com o assessor Fabio Wajngarten e chegou a 15 metros da baleia, que não atacou, não fugiu, ficou ali olhando também para ele, não ficou irritada – poderia ter acertado um golpe de cauda nele, mas não fez. Uma portaria do Ibama diz que é preciso ficar no máximo a 100 metros de uma baleia. Bolsonaro disse que não incomodou nem assustou a baleia; Wajngarten também depôs, confirmou que era ele quem estava lá, e isso foi tudo.

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Estado de defesa não é golpe, está na Constituição

Diz o noticiário – e não dá mais para acreditar em certo noticiário – que a Polícia Federal botou o discurso de Bolsonaro na Avenida Paulista nos “autos do golpe de 8 de janeiro”, porque ele teria admitido a existência de uma espécie de “minuta golpista”. O que ele disse foi que era uma minuta de estado de defesa, algo que está previsto na Constituição, no título “da defesa do Estado e das instituições democráticas”. Dilma também já tinha pronto um decreto, queria fazer antes do impeachment, mas não teve o apoio das Forças Armadas e não foi adiante. Ela cogitou, mas nem tentou, porque não daria certo. Cogitar não representa nada. No direito não se considera crime cogitar um crime – não que isso seja crime, porque o estado de defesa está na Constituição, tem de passar pelo Conselho da República e pelo Conselho de Defesa Nacional, e depois ser aprovado no Congresso Nacional, não é algo que se faça assim às escondidas. Um órgão tradicional da mídia chegou a falar da “minuta de decretação de golpe de Estado”. Imaginem se alguém vai dar golpe e fazer um decreto para isso. É incompreensível.

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Manutenção do sigilo das imagens do aeroporto de Roma não tem explicação

Por que o Supremo decidiu por maioria, na sexta-feira, manter o sigilo sobre as imagens daquele incidente envolvendo o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma? Foi em um lugar público, envolvendo uma pessoa pública – no caso, um funcionário público, que é um ministro do Supremo. Não tem explicação. O relator, ministro Dias Toffoli, alega que é para preservar a imagem e a privacidade do ministro, mas o episódio foi público; falou em evitar que isso desperte discurso de ódio, mas como assim? Já está cheio de discurso de ódio por aí.

Existe algum motivo para não quererem que vejamos as imagens que a polícia italiana enviou. Um policial italiano me avisou muito antes que não havia nada lá, que eles não consideravam que tinha ocorrido o que andavam dizendo, que tudo não passou de um desentendimento no aeroporto. Aliás, foi isso que a Polícia Federal decidiu: não indiciou ninguém, concluiu o inquérito e pediu o arquivamento, porque o que havia lá era de menor poder ofensivo. Um dos envolvidos encostou no rosto do filho de Moraes, tirou os óculos dele – filho adulto, não é aquela criança que um jornal mostrou –, e por sua vez o filho de Moraes também empurrou Mantovani. E o que se fez com essa família ficará marcado por toda a vida dela: operação da Polícia Federal, busca e apreensão, aquela coisa de virar tudo. E agora termina tudo assim, a montanha pariu um rato.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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