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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Censura e cautelares

Em outras épocas, Senado teria sido muito mais firme em casos como o de Marcos do Val

Marcos do Val
Senador foi alvo de medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes após retornar dos EUA. (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

De repente, o ministro Alexandre de Moraes mandou tirar a tornozeleira do senador Marcos Do Val, desbloqueou seu contracheque, retirou as medidas cautelares, só ficou com o passaporte. Fui procurar a explicação nos jornais, e a justificativa era de que agora ele está no Brasil, e as cautelares eram para o caso de ele estar nos Estados Unidos. Eu não entendi nada, porque a tornozeleira foi posta quando ele chegou ao Brasil, de volta da Flórida, para onde ele tinha viajado com passaporte diplomático vermelho, ao qual ele tem direito como senador.

Algumas pessoas estão achando que este já é algum sinal de recuo. Duvido muito. Agora, que saudade dos tempos em que Antônio Carlos Magalhães e Jarbas Passarinho eram presidentes do Senado. Na época deles isso não teria acontecido com um senador, porque está no artigo 53 da Constituição que deputados e senadores são “invioláveis por quaisquer palavras”. Marcos do Val não está condenado, não foi denunciado, não é réu, ao menos até onde se sabe. E, de repente, tudo isso lhe é imposto porque ele fala. Eu não acho que ele use a modulação correta para um senador, mas esse é um problema do Conselho de Ética do Senado, não é justificative para reprimir e calar um senador que está falando em nome do estado do Espírito Santo.

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Envolvidos no roubo do INSS já foram até identificados, mas seguem livres

A CPMI do INSS ouviu, em sessão sigilosa, um delegado que falou sobre as apurações, os inquéritos que o ministro Dias Toffoli tinha pedido para ver e suspendeu, e que agora têm como relator o ministro André Mendonça – que já acertou com a CPI o compartilhamento de dados, porque os representantes do povo estão investigando para saber como o dinheiro do povo foi usado neste crime gigantesco, que roubou R$ 6 bilhões de 3,2 milhões de idosos, no mínimo.

E presidente da comissão, o senador Carlos Viana, disse, depois dessa sessão, que está estranhando muito: como é que essas pessoas não foram presas ainda, se já foram identificadas? O “careca do INSS” continua circulando por aí – eu até acho que ele pode ser um novo Marcos Valério do mensalão, se resolver contar tudo.

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STF acaba de livrar mais um envolvido na Lava Jato

O Supremo terminou uma votação que limpou a barra de Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e ex-marido de Gleisi Hoffmann. Os votos contrários foram de André Mendonça e de Edson Fachin – ele justificou que não se pode simplesmente aplicar um carimbo em tudo, do tipo “Sergio Moro exagerou, então não vale mais nada”, e que era preciso investigar cada caso em separado. Mas o relator Dias Toffoli teve o apoio, na segunda turma, de Cármen Lúcia e de Gilmar Mendes, e por 3 a 2 Paulo Bernardo ficou livre da Operação Pixuleco, que todos acompanharam.

Bolívia certamente irá para a direita, e o Chile está no mesmo caminho

Em 19 de outubro teremos o segundo turno da eleição na Bolívia, com dois candidatos de direita. Então, a Bolívia certamente terá um governo de direita. E o Estadão já está mostrando que o próximo presidente do Chile também será de direita: José Antonio Kast, que já foi candidato em eleições anteriores. Isso tudo deve ter influência na eleição do ano que vem aqui, no Brasil – aliás, estão todos falando nessa eleição como se o atual governo já tivesse acabado…

Uma correção

Em um dos áudios anteriores, eu troquei o nome do senador Marcos Pollon, do Mato Grosso do Sul, que criticou a pressa do PL da Adultização, inspirado no Felca. Eu falei “Molon”, mas não, é Pollon, e deixo registrada aqui a correção.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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