Quando David Neeleman, CEO e fundador da Azul, comunicou os funcionários de sua companhia aérea de que entraria no processo de privatização da TAP, deixou dois pontos bem claros: não haveria recursos da Azul envolvidos, mas que a compra da empresa portuguesa seria muito boa para a Azul.
“Acredito que essa é uma oportunidade muito boa para o Brasil e também para a nossa companhia”, escreveu em maio. “Portugal é a principal porta de entrada dos brasileiros para a Europa e vice-versa”, completou.
Neeleman venceu a disputa e mais do que simplesmente comandar outra empresa aérea – já é dono da Jet Blue -, David Neeleman quer integrar todas elas. Azul voando para os Estados Unidos ajuda a Jet Blue a distribuir mais gente, tanto lá quanto cá. Com a TAP será a mesma coisa. Ela voará entre Brasil e Portugal, e tanto Azul como TAP vão se beneficiar das conexões. É mais que um simples acordo de codeshare.
Com essa proximidade, os investimentos podem ser melhor controlados. Uma encomenda de aviões, por exemplo, pode ser destinada a outra companhia aérea, sem grandes entraves, dependendo do momento econômico. Ou a estrutura para manutenção, que pode ser compartilhada, reduzindo custos.
É um jogo em que se ganha de todos os lados. Um grande negócio para David Neeleman e para a Azul.
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