
“Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, teve sua première mundial ontem numa concorrida noite de gala, seguida de debate com o público ao final da projeção.
A noite foi pura emoção. Mariani dedicou a sessão para a atriz e ativista Preta Ferreira, representante do MST que também está no filme e estava presente.
Preta, vítima da perseguição política que está sofrendo por toda a sua luta por moradia em SP e no Brasil teve uma autorização judicial para vir a Berlim.
Ela tem vários outros trabalhos no cinema ligados à consciência política, direito constitucional e moradia. Esteve em filmes como “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé e “Mesmo com Tanta Agonia”, de Alice
Andrade Drummond.
Preta agradeceu a Mariani e fez um comovente pronunciamento que emocionou a todos.
A sessão contou também com a presença dos atores do elenco principal, os nigerianos OC Ukeje e Chukwudi Iwuji e a brasileira Indira Nascimento.
O filme é a história de Amadi, um jovem músico de Lagos, que viaja da Nigéria para São Paulo com a missão de localizar Ikenna, seu irmão que recentemente rompeu todos os laços com a família.
Amadi, que sempre foi mais descontraído e despreocupado, em contraste com a personalidade mais orientada para objetivos de Ikenna, teme que se ele não for encontrado, o manto do irmão mais velho será deixado para ele, juntamente com a responsabilidade de prover sua família.
No Brasil, Amadi segue as poucas pistas deixadas pelo irmão e descobre que Ikenna não é o professor de matemática que ele imaginava, mas na verdade inventou uma série intrincada e quase ilusória de esquemas para acumular riqueza no Brasil,
Numa história enigmática em vários níveis, Amadi precisará enfrentar um ambiente de submundo cada vez mais ameaçador.
Finalmente, quando é confrontado com uma possibilidade concreta de encontrar seu irmão, Amadi é forçado a escolher entre a fidelidade à sua família ou o desejo de começar uma nova vida em São Paulo.
Leia depoimentos do diretor sobre “Cidade Pássaro”:
A origem do filme
“A ideia de realizar o filme é um projeto antigo. Quando morei fora do Brasil na juventude sempre tive o desejo de fazer um filme sobre a sensação de ser um estrangeiro, de estar em uma cidade hermética, que não se abre para as pessoas”.
A paixão por São Paulo
“Sou apaixonado por São Paulo e sentia que tinha algo a contar sobre a cidade. O filme é o resultado do encontro dessas duas vontades”.
A satisfação pela première mundial na Berlinale.
“Estar em Berlim é um reconhecimento enorme para todos nós que realizamos o filme e sou muito grato por isso. Acho também que demonstra um interesse do cinema internacional em ir além das histórias que se espera do Brasil”.
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