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FILME DE MATIAS MARIANI ESTREIA NA BERLINALE EM NOITE DE EMOÇÃO
| Foto: Maria Antônia Silveira Gonçalves

“Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, teve sua première  mundial ontem numa concorrida noite de gala, seguida de  debate com o público ao final da projeção.

A noite  foi pura emoção.  Mariani dedicou a sessão para a atriz e ativista Preta Ferreira, representante do MST que também está no filme e estava presente.

Preta, vítima da perseguição política que está sofrendo por toda a sua luta por moradia em SP e no Brasil teve uma autorização judicial para vir a Berlim.

Ela  tem vários outros trabalhos no cinema ligados à consciência política, direito constitucional e moradia.  Esteve em filmes como “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé e “Mesmo com Tanta Agonia”, de Alice

Andrade Drummond.

Preta  agradeceu a Mariani e fez um comovente pronunciamento que emocionou a todos.

A sessão contou também com a presença dos atores do elenco principal,  os nigerianos OC Ukeje e Chukwudi Iwuji e a brasileira Indira Nascimento.

O filme é a história de  Amadi, um jovem músico  de Lagos, que viaja da Nigéria para São Paulo com a missão de localizar Ikenna, seu irmão  que recentemente rompeu todos os laços com a família.

Amadi, que sempre foi mais descontraído e despreocupado, em contraste com a personalidade mais orientada para  objetivos de Ikenna, teme que se ele  não for encontrado, o manto do irmão mais velho será deixado para ele, juntamente com a responsabilidade de prover sua família.

No Brasil, Amadi segue as poucas pistas deixadas pelo irmão  e  descobre que Ikenna  não é o professor de matemática que ele imaginava, mas na verdade inventou uma série intrincada e quase ilusória de esquemas para acumular riqueza no Brasil,

Numa história enigmática em vários níveis, Amadi precisará enfrentar um ambiente de submundo  cada vez mais  ameaçador.

Finalmente, quando é  confrontado com uma possibilidade concreta de encontrar seu irmão, Amadi é forçado a escolher entre a  fidelidade à sua família ou o desejo de começar uma nova vida em São Paulo.

Leia depoimentos do diretor sobre “Cidade Pássaro”:

A origem do filme

“A ideia de realizar o filme é um projeto antigo. Quando morei fora do Brasil na juventude sempre tive  o desejo de fazer um filme sobre a sensação de ser um estrangeiro, de estar em uma cidade hermética, que não se abre para as pessoas”.

A paixão por São Paulo

“Sou  apaixonado por São Paulo e sentia que tinha algo a contar sobre a cidade. O filme é o resultado do encontro dessas duas vontades”.

A satisfação pela première mundial na Berlinale.

“Estar em Berlim é um reconhecimento enorme para todos nós que realizamos o filme  e sou muito grato por isso. Acho também que demonstra um interesse do cinema internacional em ir além das histórias que se espera do Brasil”.

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