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PINÓQUIO PARA TODAS AS IDADES
| Foto: Maria Antônia Silveira Gonçalves

Um breve olhar sobre a trajetória do famoso conto infantil, escrito em 1883 por Carlo Collodi, indica que ele ficou realmente famoso pelo filme de animação da Disney de 1940. Posteriormente, Roberto Benigni dirigiu uma adaptação em 2002 que não foi bem  nas bilheterias.

Agora, foi realizada nova versão por Mattero Garrone que traz forte  emoção à história e é  uma das adaptações cinematográficas mais ambiciosas até hoje realizadas com o livro de Collodi. Fantasia e aspectos sociais se misturam em um Pinóquio para espectadores dos 8 aos 80.

“Pinóquio” de Garrone foi um dos destaques hoje da  Berlinale Special, mostrado em sessão de gala no majestoso Berlinale Palast.

Nessa  adaptação do diretor italiano,  o mesmo Roberto Benigni interpreta o lenhador Geppetto e Federico Ielapi vive  o boneco de madeira que sonha ser de carne e osso.

Com excelente cinematografia de Nicolai Bruel perfeitamente integrada à atmosfera italiana, é  um daqueles títulos raros que atrai grupos etários variados e foi fiel ao pensamento do autor,  conforme ressaltado por Carlo Chatrain, diretor da Berlinale.

“Garrone conseguiu  recontar a conhecida história com seu próprio mundo de imagens. Embora seja fiel às ideias de Collodi, ele criou um Pinóquio bastante pessoal que é muito mais alegre do que experimentamos antes”, destacou Chatrain.

Embora pudesse ser um pouco mais curto,  um ponto alto além do comovente final,  é fazer com que o sentimento prevaleça sobre qualquer indicio de sentimentalismo.

Leia a seguir trechos da coletiva que Garrone e Benigni  deram  após a sessão prévia para a imprensa.  

O diretor deixou claro que sua releitura do clássico de Collodi sobre um boneco que ganha vida é um filme diferente em sua carreira.

“Estou muito feliz por sentir que cada quadro é muito meu, mas ao mesmo tempo eu queria fazer um filme que pudesse atingir um grande público”, ressaltou.

Benigni, após  um longo hiato na tela grande – a última vez tinha sido uma participação especial em  “Para Roma com amor”,  de Woody Allen (2012)   – chamou Garrone de “o melhor Pinóquio que já vi”.

“No filme estou vivendo um pai como fiz em “A Vida é Bela”, mas desta vez estou interpretando um dos pais mais famosos do mundo”, afirmou.

Garrone disse que permaneceu fiel ao conto original de Collodi e agradeceu calorosamente ao especialista britânico em maquiagem protética Mark Coulier por seu trabalho no filme.

Em 2021 está sendo programada uma exibição pela Netflix de uma animação em stop-motion, ora em realização por Guillermo del Toro.

PETZOLD VOLTA À BERLINALE COM CONTO MITOLÓGICO

Christian Petzold está nesta 70ª edição na mostra oficial do Festival de Berlim com “Undine” (Alemanha / França),  primeiro de sua nova da trilogia com mitos alemães (após Barbara, Phoenix e Em Transito).

O filme foi bem recebido hoje na sessão prévia para a imprensa.

Projeto inspirado numa figura mitológica – e com o nome da ninfa que seduz homens – o filme segue Undine (Paula Beer), uma historiadora que trabalha como guia em Berlim nos dias atuais. Quando o homem que ela ama  (Jacob Matschenz) a deixa por outra mulher, ela é amaldiçoada, obrigada a matar quem a traiu e voltar para as águas de onde veio.

No entanto, ao contrário da personagem mitológica, Undine tenta desafiar o seu destino e, imediatamente após fim da relação,  apaixona-se pelo mergulhador Christoph (Franz Rogovski). Tudo corre às mil maravilhas,  até que ele  percebe que Undine está fugindo de algo e começa a se sentir traído.

O diretor alemão  retorna ao pódio da Berlinale onde por quatro vezes concorreu ao Urso de Ouro com:  “Em Trânsito”, “Yella’, “Fantasmas” e “Barbara”, título que lhe deu o Urso de Prata  de melhor diretor. Em 2003, com “Wolfsburg”, mostrado na Panorama, ganhou o  prêmio da FIPRESCI.

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