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Estamos na idade da pedra
| Foto:
Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Usuário de crack: o mal da década.

A partir deste domingo, a Gazeta do Povo publica uma série de reportagens a respeito do crack.

O material expõe primeiro o aumento da apreensão de pasta base de cocaína (matéria-prima utilizada para o fabrico da droga), o que aponta para uma produção maior da droga em solo nacional, e depois explora, nos dias consecutivos, um viés humano de como o vício da pedra começa a fugir do público-alvo apregoado pelos estudos científicos, de homens entre 18 e 35 anos, e chega aos perfis mais extremos: gestantes, crianças e pessoas de meia-idade.

É a primeira droga a quebrar tão rápido as barreiras de idade e poder aquisitivo na sua lógica de mercado, colaborando para uma escalada da criminalidade. Quem não morre pela droga, morre por causa dela.

Segundo a delegada de Homicídios, Vanessa Alice, 90% dos crimes cometidos em Curitiba e região metropolitana estão ligados direta ou indiretamente ao tráfico de entorpecentes, à briga por pontos e à cobrança de dívidas.

As 979 mortes violentas registradas pelo Instituto Médico Legal no primeiro semestre deste ano – 23% a mais que o mesmo período do ano passado e 35% a mais que em 2008 – indicam o tamanho do problema.

Na falta de estatísticas atuais precisas sobre os usuários, a reportagem fez alguns levantamentos por conta própria, com hospitais e centros de atendimento de Curitiba e região, que confirmam o que um olhar mais atento nas calçadas da capital paranaense vê há algum tempo: mãos afoitas que manipulam cachimbos improvisados em latas de alumínio aquecidas e uma busca, dez minutos depois, por mais.

Em um local de consumo da droga, debaixo de um viaduto da capital paranaense, uma frase escrita em letras coloridas sobre uma parede cinza resume a mazela deste povo: “Família. Amigos. Droga. É preciso fugir”. Dois sapatos alinhados, um boné e um cobertor guardados em um buraco da alvenaria partilham o espaço de latas, copos e tampas de garrafas queimadas. O cheiro acre da droga recém-consumida, o lixo e os detritos humanos lembram a degradação que o homem se submete em nome do vício.

A reportagem questiona: como conter o uso de crack?

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