• Carregando...
Expedição 1000 dias chega à Serra Gaúcha
| Foto:

Por Ana Biselli e Rodrigo Junqueira

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Vale dos Vinhedos na região de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

A região dos Campos de Cima e dos perais de serra nos mostraram até agora uma paisagem de rara beleza e muita aventura. Mas as Serras Gaúchas possuem muito mais a oferecer, para todos os gostos e idades. Esta semana exploramos a região do Vale dos Vinhedos, próximo da cidade de Bento Gonçalves. A região possui um relevo montanhoso de altitude e oferece um dos melhores climas para a o plantio de uvas viníferas e a produção dos melhores vinhos nacionais. As vinícolas da região do Vale do Vinhedo possuem o selo de D.O. – Denominação de Origem – o que garante a nós apreciadores alguns pré-requisitos básicos no processo de produção e vinificação das uvas, que o conferem muito mais qualidade.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Parreirais repousam no inverno para próxima safra no Vale dos Vinhedos.

A arte de produzir vinhos finos chegou ao Brasil há pouco tempo. Antes disso os colonos italianos que imigraram para esta região já produziam artesanalmente e até industrialmente os vinhos de uva de mesa, advindos de uvas americanas. Os vinhos de mesa têm um perfil de paladar menos exigente, vinhos mais suaves e adocicados.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Cavas, ambiente perfeito para o envelhecimento dos vinhos.

A tecnologia agrícola e a nova moda do vinho varietal, lançada pelos nossos vizinhos chilenos e argentinos, fez com que o Vale dos Vinhedos começasse uma transformação nos seus processos produtivos e desse um salto de qualidade nos seus produtos. Não por acaso, Bento Gonçalves possui uma faculdade com o curso de enologia. Visitamos algumas vinícolas, a degustação normalmente parte de vinhos mais leves para os mais estruturados, merlots, ancellotas, cabernet sauvignon, tannats e até uma boa grapa.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
O Enoturismo no Rio Grande do Sul inclui palestras e degustações sobre a produção de vinhos no Vale dos Vinhedos.

Continuamos nosso roteiro pelas serras na cidade de Gramado e Canela. A região possui atrativos diversos, dos mais criativos parques e museus temáticos, passando por uma ampla rede de restaurantes e lojas. Entretanto o que nos traz a Canela não são o Mundo a Vapor e as fantásticas fábricas de chocolate, mas sim o espetáculo formado pela natureza nos seus arredores, nos Parques do Caracol e da Ferradura.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Cascata do Caracol, a 131 m de altura, na região de Canela.

Um dos mais conhecidos atrativos turísticos da cidade, a Cascata do Caracol é formada pelo arroio de mesmo nome, que despenca de 131 m de altura de um paredão basáltico. Recebe milhares de visitantes durante o ano todo, o que fez a sua estrutura estar cada vez mais preparada para todos os tipos de turistas. O passeio inclui trilhas ecológicas, mirantes, trenzinhos, elevador panorâmico e toda aquela infraestrutura adjacente, com lojinhas de couros, casacos de lã, artesanato, etc. Uma das trilhas mais conhecidas é a escadaria de 927 degraus que nos leva à base da cachoeira, que infelizmente estava fechada para manutenção.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Cânion da Ferradura, trilhas ecológicas em um espetáculo natural em Canela.

A próxima parada foi o Parque da Ferradura, onde o rio em curva forma um maravilhoso cânion. Os três mirantes estrategicamente colocados no mais alto dos paredões, a 400m de altura, de modo que um não veja o outro. Para os mais dispostos, há uma caminhada longa até a cachoeira do Arroio do Caçador, descida íngreme seguido de uma forte subida pela mesma ladeira.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Mirante no Parque da Ferradura, uma das mais lindas paisagens da região. Canela – RS.

Dentre as atrações da Serra Gaúcha, destaca-se também a gastronomia. Cafés coloniais, galeterias e casas de foundes são pontos importantíssimos para que o roteiro na região fique completo. Uma das delícias imperdíveis é o famoso apfelstrudel do Castelinho Caracol, museu que remonta uma casa de imigrantes do início do século e possui como diferencial essa torta de maçã à moda alemã. O strudel é tão famoso que você não precisa pagar os R$ 8 de entrada no museu se sua intenção é provar a torta. Eles a embalam para viagem e entregam ali mesmo, na porta do castelinho.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Castelinho, além de museu sobre os imigrantes, oferece um maravilhoso apfelstrudel.

Gramado e Canela são sinônimos de Serra Gaúcha e embora exista muito mais na região, continuam sendo destinos obrigatórios, tanto pelas novidades que aparecem todos os anos, quanto pelas mesmas belezas que lá estão desde que o mundo é mundo.

Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
Igreja de Pedra na praça central de Canela.

Finalmente colocamos o pé na estrada novamente. Após uma temporada nas Serras Gaúchas e Catarinenses, passamos por Curitiba onde recebemos a documentação que esperávamos: o visto canadense. Agora voltamos à estrada para os próximos 600 dias por toda América, quando exploraremos todos os países da América Latina, chegando até o Alaska!

Próxima Semana
Nossa primeira parada será em Prudentópolis, terra das cachoeiras gigantes aqui no Paraná. A próxima cidade será Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, onde exploraremos as belezas de suas Cataratas e a Hidrelétrica de Itaipú, uma das maiores obras de engenharia brasileiras.

Veja também o site dos nossos viajantes no site.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]